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Indecisão sobre dividendos da Petrobras é péssima para a bolsa, diz conselheiro

Tema polêmico e explosivo tem causado volatilidade no Ibovespa

Felipe Mendes

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A decisão da Petrobras de não pagar os dividendos extraordinários para seus acionistas gerou um rombo de mais de R$ 50 bilhões no valor de capital da petroleira na bolsa de valores. Desde a última sexta-feira, dia 8, os papéis ordinários da companhia caíram quase 10%, causando pressão no Ibovespa. Para Marcelo Mesquita, conselheiro independente da Petrobras, é errado o governo, como controlador, transformar a discussão do tema em um debate público.

“Não dá para ficar dizendo ora que vai pagar, ora que não quer pagar [os dividendos]. Isso gera volatilidade em uma ação que representa quase 15% do índice. Isso é péssimo para a bolsa, péssimo para o país e péssimo para a empresa”, afirma ele, ao IM Business.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia “ameaçado” atacar o pagamento de dividendos da companhia anteriormente. Lula defende que a petroleira use sua geração de caixa para financiar investimentos com capital próprio, em vez de repassar parte dos lucros aos acionistas. Mesquita, no entanto, vê a questão de modo diferente: “Não é como se a empresa não estivesse investindo por estar pagando dividendos. O capital para investimento da Petrobras é brutal. São US$ 15 bilhões por ano. É o maior investimento de uma empresa na América Latina.”

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Para o conselheiro independente, o governo, como controlador, poderia endossar o pagamento dos dividendos da companhia como forma de abater a dívida pública do país. “Quando você abate a dívida pública você permite que a Selic caia e você permite depois emitir mais dívida pública também para fazer outras coisas. Esse dinheiro não tem carimbo”, complementa Mesquita.

Em entrevista ao SBT nos últimos dias, o presidente Lula classificou o mercado financeiro como “um rinoceronte, um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo” e disse que não iria atender à “choradeira do mercado”.

IM Business

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