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Erros humanos seguem a maior causa de perda de dados no Brasil, onde dois terços das organizações atribuem esse dano a funcionários descuidados ou prestadores de serviço terceirizados. Mas um estudo da empresa de governança e cibersegurança Proofpoint conclui que a adoção de inteligência artificial traz ainda novos riscos para as companhias do país.
Entre os profissionais de segurança ouvidos pela pesquisa, 31% citam usuários comprometidos e 24% funcionários mal-intencionados como causas para as perdas. “Com quase dois terços dos incidentes de perda de dados no Brasil relacionados ao comportamento humano e a IA introduzindo uma camada totalmente nova de riscos, os líderes de segurança não podem mais se dar ao luxo de ter defesas fragmentadas”, afirma o gerente nacional da Proofpoint no Brasil, Marcos Nehme.
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Metade das empresas representadas por profissionais de segurança na pesquisa menciona perdas de dados por meio de inteligência artificial generativa como uma de suas principais preocupações. Segundo Nehme, o ritmo de transformação digital e adesão à IA no Brasil está ultrapassando os modelos tradicionais de segurança.
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“As organizações que terão sucesso são aquelas que tratam a segurança de dados como uma disciplina adaptativa — que evolui junto com a forma como as pessoas trabalham, compartilham e colaboram cada vez mais com as máquinas”, afirma. O levantamento da Proofpoint diz que 38% das empresas se preocupam com o uso de dados confidenciais no treinamento de IA e 34% sinalizam o acesso não supervisionado por parte dos agentes de IA como uma ameaça crítica.
IA também é segurança
Se por um lado a implementação de inteligência artificial gera receios, por outro ela é uma alternativa encontrada pelas companhias para melhorar suas soluções contra vazamentos: dois terços das organizações brasileiras já implantaram recursos de segurança de dados aprimoradas por IA para classificar dados.
“Ferramentas fragmentadas e visibilidade limitada deixam as organizações expostas. O futuro da proteção de dados depende de soluções unificadas e baseadas em IA que compreendam o conteúdo e o contexto, se adaptem em tempo real e protejam as informações nas atividades humanas e dos agentes”, afirma o diretor de estratégia da Proofpoint, Ryan Kalember.
Por trás dos receios quanto à perda de dados está um crescimento na quantidade de informações armazenadas e compartilhadas pelas companhias. Entre as empresas globais com mais de 10 mil funcionários, 41% gerenciam mais de um petabyte de dados — o equivalente a mil terabytes. No Brasil, 44% das empresas viram seus dados crescerem 30% no último ano.
Há um desequilíbrio na responsabilidade por perdas de dados a nível global, indicam os dados globais da Proofpoint, segundo os quais 1% dos usuários são responsáveis por 76% dos eventos de perdas de dados. Enquanto isso, a frequência de perda de dados em empresas brasileiras está em uma média de nove incidentes anuais, com registros até de vários deles ao mês.