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Por que a Paramount enfrenta uma montanha de dúvidas sobre seu futuro

Intriga na diretoria da empresa tomou conta do mundo corporativo, tornou-se ainda mais complicada

Andrew Ross Sorkin, Ravi Mattu, Bernhard Warner, Sarah Kessler, Michael J. de la Merced, Lauren Hirsch and Ephrat Livni The New York Times

Estúdios da Paramount (Foto: Divulgação/Tour Paramount Studios)

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Bob Bakish, CEO da gigante de mídia, está fora, o que elimina um obstáculo para um acordo com a Skydance, de David Ellison. Contudo, à medida que um prazo importante se aproxima, o futuro da empresa ainda não se mostra claro.

O futuro nebuloso da Paramount

A intriga na diretoria da Paramount Global (PGRE), um drama que tomou conta do mundo corporativo, tornou-se ainda mais complicada.

Bob Bakish deixou o cargo de CEO e foi substituído por três subordinados que formarão um “escritório do CEO”. A saída dele marca o fim de um ano de crescente tensão entre ele e Shari Redstone, acionista controladora da Paramount, que está pressionando para fechar um acordo com a Skydance, de David Ellison.

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A partida de Bakish retira de cena um executivo que não apoiava a negociação, mas não resolve todas as grandes incertezas que pairam sobre o futuro da empresa.
Por que Bakish foi afastado: Redstone havia escolhido o discreto veterano da empresa para liderar a Paramount após anos de conflitos internos, mas ainda assim acabaram entrando em atrito.

Bakish coordenou grandes mudanças na empresa, dentre as quais a criação da plataforma de streaming Paramount+ e a aquisição da Pluto TV, um serviço de vídeo gratuito apoiado por propaganda. No entanto, críticos afirmam que a Paramount ingressou no streaming tarde demais, o que a deixou subdimensionada e muito atrás de seus concorrentes em termos de lucratividade.

Esses críticos também apontam que negociações ruins que foram realizadas não ajudaram: “Yellowstone”, seu programa de maior audiência, é transmitido no Peacock, da NBCUniversal, e Bakish não vendeu ativos de destaque, como o Showtime e o BET, quando interessados bateram à sua porta oferecendo bilhões por eles.

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Ele também expressou reservas em relação ao acordo com a Skydance. Segundo a Puck, Bakish manteve negociações ativas com um potencial concorrente rival, a Apollo Global Management.

Ainda assim, Bakish está recebendo uma bela despedida: um pacote de indenização estimado em US$ 50,6 milhões. Segundo o The Wall Street Journal, ele embolsou cerca de US$ 149 milhões em remuneração de 2017 a 2023.

A Paramount enfrenta muitas questões ainda não resolvidas:

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• Como se daria um acordo final entre a Paramount e a Skydance? A Skydance melhorou sua oferta ao incluir uma infusão em dinheiro no valor de US$ 3 bilhões, além de uma oferta para dar aos acionistas da Paramount uma participação maior na empresa combinada do que a que havia sido oferecida na proposta inicial.


• A FCC analisará o acordo? Isso dependerá do tamanho da participação que os acionistas da Paramount e da Skydance detiverem na empresa combinada.
• Investidores outros que Redstone terão direito a voto em um acordo fechado com a Skydance? Isso ajudaria a dissipar as preocupações de que Redstone esteja fechando um acordo entre amigos, mas a Skydance ainda não concordou com isso.


• De que forma a Paramount lidará com Mario Gabelli? A empresa do gestor de investimentos detém o mesmo tipo de ações com direito a voto que Redstone e tem criticado a proposta da Skydance. Se acionistas outros que Redstone tiverem direito a voto com relação a um acordo, ele terá uma influência que reflita o tamanho de sua participação votante?

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• A Sony e a Apollo farão uma oferta formal? As duas discutiram uma abordagem conjunta de aquisição, mas se ainda têm interesse, quando de fato farão uma oferta? (O prazo de exclusividade das negociações entre a Skydance e a Paramount vence na sexta-feira, mas pode ser prorrogado.)