Publicidade
A futura configuração do trabalho como conhecemos está por um fio — pelo menos é o que muitos líderes de tecnologia dizem repetidamente. Elon Musk prevê que a IA vai substituir todos os empregos em menos de 20 anos. Bill Gates diz que nem quem se capacitar para usar ferramentas de IA pode estar a salvo de suas garras. E há ainda o CEO da Klarna, Sebastian Siemiatkowski, que está alertando trabalhadores de que “os caras da tecnologia” estão dourando a pílula sobre o tamanho do impacto que está prestes a atingir os empregos.
Mas, segundo uma executiva do LinkedIn, simplesmente não é isso que os dados mostram.
Leia também: IA mais buscada de 2025 não foi o ChatGPT; veja a lista
Continua depois da publicidade
Com centenas de milhões de trabalhadores procurando vagas e empregadores publicando posições em tempo real, o LinkedIn funciona como um dos termômetros mais claros do que realmente está acontecendo — e sua diretora-geral para a Europa, Oriente Médio e África, Sue Duke, não compra a narrativa de um apocalipse causado pela IA.
“Não é isso que estamos vendo”, disse Duke no Fortune CEO Forum, no The Shard, em Londres. Quando questionada sobre uma desaceleração nas contratações causada pela IA, ela insistiu que o contrário é que é verdade.
“O que estamos vendo é que as organizações que estão adotando e integrando essa tecnologia estão, na verdade, contratando mais pessoas para realmente aproveitar essa tecnologia”, explicou Duke.
“Elas estão indo atrás de mais profissionais de desenvolvimento de negócios, pessoas com mais familiaridade tecnológica e mais vendedores, à medida que percebem as oportunidades de negócio, as possibilidades de inovação e, no fim das contas, as possibilidades de crescimento proporcionadas por essa tecnologia.”
Para os milhões de jovens da Geração Z em busca de emprego — que vivem ouvindo que vagas de entrada serão engolidas pela IA e que uma crise de desemprego juvenil já está em andamento — a notícia é uma surpresa bem-vinda.
O que os empregadores querem em 2026
Para quem quer aproveitar ao máximo a mudança no mercado de trabalho, Duke diz que há duas áreas essenciais nas quais vale desenvolver habilidades.
Continua depois da publicidade
A primeira, sem surpresa, é a área de competências em IA. Seja conhecimento básico de IA, uso de ferramentas, escrita de prompts ou capacidades mais técnicas, “continuamos vendo essas habilidades em IA extremamente valorizadas no mercado de trabalho”, afirmou.
Com empresas correndo para integrar automação a produtos e fluxos de trabalho, essa demanda não vai esfriar tão cedo — não importa o setor em que você queira trabalhar. “Vemos uma demanda enorme por essas habilidades em toda a economia, em todos os setores, e muitas empresas procurando por elas”, acrescentou Duke.
À medida que a IA assume muitas tarefas administrativas, ela coloca os holofotes sobre funções que robôs não conseguem desempenhar. “Essas habilidades humanas únicas”, disse Duke, são a segunda área de foco para os empregadores. “Elas permanecem firmes, constantes, no centro dos desejos e exigências de contratação. E também não vão desaparecer.”
Continua depois da publicidade
Ela destacou comunicação, trabalho em equipe e capacidade de resolver problemas como algumas dessas habilidades humanas que vão resistir ao tempo: “São nelas que vale a pena investir.”
E, no fim das contas, a habilidade na qual os empregadores mais estão mirando não é técnica — é a adaptabilidade. Os chefes sabem que as ferramentas mudarão mais rápido do que os cargos. O que eles querem é alguém que consiga mudar junto.
“O mais importante para quem busca emprego é pensar na mentalidade que você também está trazendo consigo”, afirma Duke.
Continua depois da publicidade
“O que os empregadores realmente procuram é essa mentalidade de crescimento e o entendimento de que essa tecnologia está evoluindo muito, muito rápido — e que precisamos de adaptabilidade. Adaptabilidade está no topo das habilidades mais demandadas, então garantir que você esteja trazendo essa mentalidade, trazendo essa agilidade com você vai ser extremamente importante.”
2025 Fortune Media IP Limited