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Geradores e comercializadores estão cautelosos com os preços do mercado livre de energia no Brasil. O motivo é o receio de uma estiagem em 2025, como a seca que ocorreu no ano passado e levou à diminuição do nível dos reservatórios das hidrelétricas e ao acionamento da bandeira vermelha pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“É mais um receio do que um fundamento, de fato. (…) Esse contexto leva a um preço mais alto, que incentiva consumidores a fazerem contratos mais longos e não ficarem contratando tão perto da entrega, então o mercado de contratos também deve ter uma agitação”, diz o CEO da consultoria Envol, Alexandre Viana.
Como sua empresa pode aproveitar o mercado livre de energia
Reservatórios
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das hidrelétricas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste devem chegar ao final de março em níveis estáveis em relação a igual período no ano passado.
De acordo com a diretora de Regulação e Estudos de Mercado na Thymos Energia, Mayra Guimarães, os preços da energia também estão sendo influenciados pelas ondas de calor recentes no país. A alta da temperatura levou a sucessivos recordes no consumo de energia no Brasil em janeiro e fevereiro.
Com a alta da carga elétrica, os preços em alguns horários do dia têm aumentado, principalmente entre o fim da tarde e o início da noite.
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Segundo o CEO da Envol, outro fator que influencia na alta dos preços são as mudanças no modelo de precificação no mercado livre, que agora leva mais em consideração a energia que está sendo gerada do que o volume dos reservatórios das hidrelétricas.
Tendência estrutural
“Os preços de 2025 serão mais altos do que os de 2024, essa é uma tendência estrutural, que veio para ficar. Mesmo com reservatórios melhores, teremos preços mais altos”, explica Viana.
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Além disso, como os contratos do mercado livre são fechados com preços flat, isto é, o preço da energia é fixo durante todo o período contratado, e o Brasil tem aumentado a utilização de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, a consequente variação do preço da energia reflete nos acordos, segundo Viana.
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Apesar da tendência de alta dos preços, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) aponta que o ambiente de contratação livre (ACL) chegou a 40% da carga do Brasil no ano passado.
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De acordo com o CEO da Envol, esse mercado deve chegar a 42% em 2025. A expectativa é que o maior crescimento ocorra com os clientes de pequeno porte, representados por comercializadoras varejistas, afirmou Guimarães.
“É um desafio hoje, para geradoras e comercializadoras, a conversão de cliente no mercado livre, porque o custo de aquisição de cliente está alto, tendo em vista que são clientes pequenos”, diz Viana.