Conteúdo editorial apoiado por

Ecom Energia: faturamento bilionário na onda do mercado livre de energia

Este ano será um divisor de águas para o mercado livre de energia – e a Ecom Energia quer faturar com isso

Mariana Amaro

Publicidade

O setor elétrico vai passar por um processo divisor de águas em 2024: entra em vigor, neste mês, uma nova regra para o mercado livre de energia. Com ela, mais de 100 mil pequenas e médias empresas ligadas à alta tensão, como padarias, restaurantes e pequenas indústrias, com faturas mensais superiores a R$ 10 mil já estarão elegíveis para migrar para o formato de mercado livre. Até dezembro de 2023, apenas empresas com custos mensais superiores a R$ 50 mil podiam aderir.  

Com a mudança, que segue normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), empresas que atuam no setor de comercialização de energia terão a oportunidade de multiplicar a carteira de clientes. Este é o caso da Ecom Energia, fundada em 2002 por dois amigos, Marcio Sant’Anna e Paulo Toledo, com um capital inicial de R$ 200 mil, emprestados por parentes. A companhia fechou 2023 com um faturamento superior a R$ 700 milhões, mas esse número já passou a barreira do bilhão algumas vezes. “Esse número depende muito do preço da energia no momento. Mas o importante é que a empresa é lucrativa, saudável e tem capacidade de investimento para continuarmos crescendo”, explica Sant’Anna, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.

Hoje, a Ecom é uma S/A de capital fechado e tem negócios distintos, mas, quando começou, funcionava como uma consultoria para os clientes migrarem para o mercado livre de energia. “A gente não fazia reunião de prospecção de cliente, fazia reunião de catequização, para explicar o que era o mercado livre de energia”, afirma. Agora, com a entrada de novos clientes potenciais, a companhia terá que fazer o mesmo processo de explicar o que é o mercado livre. “A diferença é que agora temos 20 anos de experiência falando sobre isso”, afirma o cofundador. 

Continua depois da publicidade

Além do braço de gestão de contratos e consultoria para entrada na modalidade, a empresa possui outros quatro negócios: uma comercializadora de gás natural; um negócio de geração renovável que já conta com duas usinas solares em funcionamento;  a comercializadora de atacado; e a comercializadora varejista. Para o futuro, a empresa também iniciará uma operação de comércio de créditos de carbono. 

Marcio Sant'Anna, cofundador da Ecom Energia, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo
Marcio Sant’Anna, cofundador da Ecom Energia, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo (Foto: Reprodução)

“Quando começamos a Ecom, nunca chamamos só de comercializadora, porque sempre tivemos a visão que o mercado de energia é muito maior que a elétrica e inclui muitas outras oportunidades”, diz. Dentro dessa linha de pensamento, em 2019, os sócios compraram um campo de óleo e gás de um processo de desinvestimento da Petrobras. “Já produzimos três vezes mais do que era produzido quando adquirimos e vamos multiplicar por 10 até meados do ano que vem”, afirma. 

Interligados

Sant’Anna conheceu seu sócio quase por acaso: ao entrar – atrasado – na sala de uma pós-graduação no primeiro dia de aula, só havia um lugar para sentar: ao lado de Toledo. “Conheci ele ali e ficamos amigos. Pensamos que um dia a gente teria um negócio juntos”, diz. 

Publicidade

O convite surgiu em 2000, quando Toledo chamou Sant’Anna para trabalhar com ele na CPFL. “Passei o racionamento de energia de 2001 lá e começamos a estudar o setor. Na época, o governo foi muito hábil e criou um mecanismo de negociações que nunca tinha existido: direitos de uso de crédito de energia. Assim, foi criado o primeiro mercado de negociação de energia no Brasil”, diz Sant’Anna. 

No ano seguinte, o Brasil saiu de um racionamento para uma sobra de 25% no sistema. “Era um ‘caminhão’ de energia a mais, porque o mercado consumidor caiu 20 a 25% depois que todos fizeram o seu trabalho de eficiência energética, inclusive os consumidores residenciais, que trocaram geladeira, lâmpadas, etc”, relembra. Com essa “sobra”, as distribuidoras queriam devolver a energia contratada para as geradoras, que não sabiam muito bem o que fazer com aquilo. “Foi aí que entraram as comercializadoras de energia, do mercado livre”, afirma Sant’Anna. A dupla começou o negócio em 2002 e, desde então, precisou correr riscos e se adaptar a mudanças de legislação.

A história da Ecom Energia e seus planos para o futuro são o tema do episódio desta quarta-feira (3) do do Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube e em sua versão de podcast nas principais plataformas de streaming como ApplePodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox e Amazon Music.

Continua depois da publicidade

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada episódio, um empreendedor(a) ou empresário(a) de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo SimparStelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio DinizRodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da CobasiMariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.

IM Business

Newsletter

Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios? Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail.

Preencha o campo corretamente!
E-mail inválido!
Preencha o campo corretamente!
Preencha o campo corretamente!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.