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Criada por co-fundador da Azul, Modern Logistics assume novo plano de voo

Empresa tem novo acionista controlador e mira em crescimento acelerado com operações no exterior

Mitchel Diniz

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Inserida em um segmento ainda pouco explorado no Brasil, o de logística aérea, a Modern Logistics alterou seu plano de voo para ganhar mais altitude. No último ano e meio, passou por uma reestruturação societária que levou à troca de executivos chave e fez ajustes em sua estratégia para acelerar crescimento. A empresa diz que 2024 será um ano de execução e direciona o manche para fora do país.

A Modern Logistics investiu US$ 45 milhões no arrendamento de duas aeronaves 737-800 da Boeing que foram utilizadas pela aérea low-cost Ryanair antes de serem convertidas em cargueiros. Elas se juntam a outros dois Boeing 737 do modelo clássico que fazem parte da frota da Modern Logistics desde o início de suas operações de logística aérea. O contrato de leasing tem oito anos de duração e é com os novos aviões que a empresa pretende operar no exterior.

“Nos próximos 90, 120 dias, já vamos estar certificados para voar para cinco países da América do Sul”, disse Cristiano Koga, CEO do Modern Logistics, ao IM Business. Os destinos são: Colômbia, Equador, Chile, Argentina e Uruguai. “A empresa se consolidou muito no mercado brasileiro com uma plataforma de logística integrada e agora estamos em um novo momento de expansão internacional”. Daqui a seis meses ou um ano, a Modern Logistcs pretende operar também nos Estados Unidos.

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As novas aeronaves também têm capacidade de levar volumes até 40% maiores do que os transportados pelo modelo clássico.

Aeronave 737-800 BCF integrada à frota da Modern Logistics (Imagem: Divulgação)

Os recursos para o leasing foram obtidos com uma injeção de capital do atual acionista controlador, um family office com sede nos Estados Unidos, por meio da DXA, gestora de private equity brasileira que já aportou mais de US$ 100 milhões na empresa desde que a Modern Logistics entrou em operação, em 2014. O veículo ajudou a colocar a empresa de pé numa época em que não era permitida a participação direta de estrangeiros em companhias aéreas do Brasil.

A empresa foi fundada por Gerald Blake Lee, um dos fundadores da Azul Linhas Aéreas. Em novembro de 2021, quando ainda ocupava o cargo de CEO, ele conversou com o InfoMoney sobre o objetivo de ampliar a frota para até oito aeronaves. Lee deixou o cargo no final de 2022, quando uma reestruturação reduziu sua participação na sociedade a uma fatia residual.

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Recuperação de receitas

As mudanças seguiram um período difícil para a empresa, afetada pela pandemia de Covid-19, marcado por queda de receitas e demissões. “Tivemos clientes tradicionais e rentáveis que de uma hora para outra pararam de vender, fecharam fábricas”, diz o CFO Mário Fernandes da Costa, que assumiu o comando da Modern Logistics por alguns meses até a chegada de Cristiano Koga.

O novo CEO saiu da companhia de logística americana Fedex, onde trabalhou por 10 anos, para assumir o cargo, em maio do ano passado.

Os executivos afirmam que a empresa conseguiu recuperar receita e rentabilidade em 2023. “Já no primeiro trimestre de 2024, crescemos dois dígitos”, diz Cristiano. A Modern Logistics não abre os números exatos.

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Segundo o executivo, a atual missão é criar demanda de transporte multimodal, não só aéreo. “No interior do nosso país, não há aeroportos que conseguem comportar aeronaves de grande porte, como o 737, mas existem hubs logísticos para fazer entregas de van, motos e até de bicicleta”, explica o CEO.

Cristiano Koga, CEO da Modern Logistics (Imagem: Divulgação)

A Modern Logistics tem uma base de operações no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. A estrutura recebe as mercadorias que vêm dos sete centros de distribuição e terminais de cargas da empresa. Na operação terrestre, conta com mais 6 mil veículos de parceiros homologados.

Na carteira de clientes, estão multinacionais do setor farmacêutico, fabricantes de autopeças, de celulares e computadores que operam no Polo Industrial de Manaus. O segmento B2B é a principal área de atuação da empresa.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados