Cosan e Nuveen criam joint venture para gerir terras

A Cosan (CSAN3) está de olho no potencial do mercado de terras agrícolas no Brasil e está se posicionando para futuras oportunidades. A empresa de Rubens Ometto está criando uma joint venture com a Nuveen Natural Capital, braço da Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA).

A operação vai criar a Radar Gestão de Investimentos, onde cada lado terá metade do negócio. A nova empresa vai incorporar as áreas administradas pela Radar, vertical da Cosan que já cuida das terras do grupo, distribuídas em cana-de-açúcar, grãos e eucalipto, e também as administradas pela Nuveen na América Latina, concentradas em eucalipto.

Sob a gestão da nova sociedade ficarão ativos avaliados em mais de R$ 18 bilhões. Do lado da Cosan, os 315 mil hectares administrados hoje valem R$ 14,6 bilhões. Do lado da Nuveen, entram 170 mil hectares administrados pelo fundo no Brasil, Chile, Uruguai, Colômbia e Panamá, avaliados em pouco mais de R$ 4 bilhões.

A expectativa é que o negócio traga sinergia para os dois lados. A Cosan passa a administrar ativamente seu portfólio e outros investimentos que venham a ser incorporados. Para a Nuveen, a JV aumenta a carteira de terras já sob a gestão do fundo.

Cosan e TIAA são parceiros antigos. Os dois já atuam na administração de terras agrícolas, sendo parceiras na gestão de áreas no Brasil. A expectativa é que a JV acelere os negócios com terras no país a partir de 2024, depois de dois anos parado.

A alta dos preços das commodities durante a pandemia, acentuada pela guerra entre Ucrânia e Rússia acabou travando o mercado de terras com a valorização das áreas. Agora, com a queda das commodities, o cenário se inverteu.

Muitos produtores que expandiram sua produção por meio de arrendamentos, começam a ter dificuldades para honrar compromissos aos valores assumidos na alta. Com isso, a expectativa é de um aumento na disponibilidade de áreas para serem arrendadas ao longo dos próximos meses.