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“Continuidade” é a base da sucessão no iFood, diz novo CEO

Ex-CFO da empresa, Diego Barreto assumiu o cargo de Fabrício Bloisi, que foi liderar a Prosus

Iuri Santos

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A nova cara sentada na cadeira de CEO do iFood não é tão nova assim – e nem foi pega de surpresa. CFO da empresa desde 2018, Diego Barreto assumiu o cargo de Fabrício Bloisi na última sexta-feira (17), mas as conversas sobre uma possível sucessão no comando da companhia já aconteciam desde 2020.

E a agenda que Barreto quer promover no cargo de CEO do iFood é a de continuidade, embora a experiência dentro da empresa permita a ele fortalecer o ritmo de evolução do ecossistema e reforçar pautas regulatórias relevantes para a empresa, como a linha de benefícios.

“Em 2020, já havíamos observado movimentos estruturais e transformacionais no iFood. Aquilo gerava no Fabrício uma necessidade de se preparar para um eventual movimento, se acontecesse algo”, diz Barreto em entrevista exclusiva ao InfoMoney. “De lá para cá, minha responsabilidade foi melhorar no que eu era bom e corrigir minhas limitações.”

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As coisas esquentaram quando uma mudança de Bloisi para a Prosus, holding de investimentos em tecnologia do grupo Naspers e controladora do iFood, começou a ser discutida há 45 dias. O executivo ficou próximo de Bloisi durante o movimento de saída do antigo CEO, especialmente após a assinatura do termo de confidencialidade.

Continuidade

Segundo Barreto, a ida de Bloisi à Prosus não tem relação com uma gestão de desempenho ou risco sobre o setor. “A ida do Fabrício tem a ver totalmente com a exportação da forma de operar que nós criamos aqui”, afirma. Segundo ele, o iFood é referência em inovação e inteligência artificial generativa dentro do grupo, que possui atuação mundial.

Segundo o novo CEO do iFood, a dança das cadeiras entre controladora e controlada gera um “componente de continuidade” no que o iFood tem feito nos últimos anos. Nos próximos 12 a 24 meses, a tendência é de um fortalecimento da estratégia de ecossistema baseado na (mais madura) vertical de restaurantes, além das de pets e farmácias.

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Dentro da empresa, o executivo não cumpria apenas demandas de CFO. Barreto esteve próximo às estratégias que a companhia aplicou nos últimos anos, além de olhar para análise de mercado e políticas públicas. Com a sua ida ao cargo de CEO, passam a ocupar as posições de vice-presidentes os ex-diretores sênior Gustavo Mendes, como CFO, e Lucas Pittioni, para políticas públicas e M&A.

Divergências sobre benefícios

Barreto chega ao cargo de CEO durante uma disputa entre empresas de benefícios, como o braço da companhia iFood Benefícios, e incumbentes do mercado, como Alelo e Ticket, sobre o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). “Estamos trabalhando junto ao governo federal para poder finalizar a implementação da interoperabilidade e da portabilidade”, diz.

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A Lei 14.442, de 2022, definiu um conjunto de mudanças ao mercado, como a implementação do arranjo aberto (interoperabilidade) e a possibilidade de portabilidade, ou seja, o trabalhador poderá escolher qual empresa estará vinculada ao seu vale-alimentação ou refeição. Essas novas diretrizes estão em fase de implementação pelo Ministério do Trabalho e Emprego – e Barreto vai prosseguir participando das conversas até a finalização desse processo.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.