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Consumidor do mercado livre de energia aproveita flexibilidade e alonga contratos

Uma das vantagens é assegurar preços competitivos por mais tempo, mas compromissos de longo prazo também podem impedir negociação mais barata no futuro.

Gabriela Ruddy Agência Eixos

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O mercado livre de energia brasileiro voltou a ver um aumento nas negociações de contratos de longo prazo, com mais de dez anos de duração. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Comercialização de Energia Elétrica (Abraceel), em maio deste ano havia 4.185 megawatts (MW) médios negociados em contratos com prazos acima dos dez anos no país. 

Com isso, 16% do volume negociado nos acordos de fornecimento de energia elétrica vigentes está “embrulhado” em contratos de longo prazo. 

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Nos últimos anos, esses prazos foram vistos em cerca de 12% do total de contratos. Houve, portanto, um aumento de 33% nesses acordos de longa duração. Em maio de 2018, por exemplo, apenas 2.574 MW médios foram negociados em acordos de mais de uma década. 

Como sua empresa pode aproveitar o mercado livre de energia

Apesar disso, os acordos de prazos menores ainda prevalecem no mercado brasileiro. Ao todo, 55% do volume negociado no mercado livre em maio estava em acordos com vencimento em até quatro anos.

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Duração do contrato depende de estratégia e perfil

Uma das vantagens dos contratos de longo prazo é assegurar preços competitivos por mais tempo. Mas há também desvantagens, como impedir eventuais oportunidades de negociação mais baratas no futuro. A opção depende, assim, da estratégia e perfil dos compradores. 

“Essa é a essência do mercado livre de energia, ao permitir que consumidores decidam sobre o perfil da contratação”, diz o presidente da Abraceel, Rodrigo Ferreira

Como os preços negociados no mercado livre se manteve baixo ao longo dos anos de 2022 e 2023 e no primeiro semestre de 2024, muitas empresas podem ter considerado interessante fazer uma contratação de longo prazo para “travar” esses valores pelo maior tempo possível. 

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No mercado livre, o consumidor pode negociar a energia diretamente com o gerador ou com um comercializador. 

A partir de janeiro de 2024, todos os consumidores de energia conectados na rede de média e alta tensão ficaram elegíveis para entrar no mercado livre. Antes, essa opção estava restrita a clientes com consumo acima de 500 quilowatts (kW). 

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Abertura pode ter influenciado consumidores de energia

Para o presidente da Abraceel, a abertura também pode ter influenciado os novos clientes a fecharem contratos de maior duração. 

“Se uma empresa tem experiência, pode contratar um menor prazo, porque tem a expectativa de que daqui a dois anos o preço seja menor. Se não tem essa ‘expertise’ e agora o preço é favorável, talvez prefira contratar no longo prazo para ficar protegida por mais tempo”, diz. 

Muitas comercializadoras têm uma mistura no portfólio de contratos de médio e de longo prazo, como estratégia para lidar com as volatilidades do mercado. 

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“A sazonalidade de um cliente é compensada pela sazonalidade do outro. Essa é a beleza do ‘book’ varejista”, diz o CEO da comercializadora Tyr Energia, Eduardo Miranda. 

O executivo defende que é importante dar flexibilidade aos contratos, para que os clientes não fiquem presos em acordos que podem ficar desvantajosos no futuro. 

“Se a gente não caminhar para esse lado, não é mercado livre, é só uma réplica do atacadista, que precisa de previsibilidade”, diz. 

O presidente da Abraceel aponta que o mercado livre muda também a dinâmica dos prazos de venda de energia para os geradores, que passam a ter acordos de menor duração e com múltiplos prazos. Para ele, isso tende a levar a uma redução nos preços. 

“Isso significa que, a todo momento, eles estão tendo que competir de novo para alocar uma parte da energia no mercado. E vão competir com quem? Com projetos novos, que estão entrando, querendo se viabilizar, e são competitivos, porque o preço da energia renovável, no mundo, é decrescente”, diz.