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Um ano depois, o grupo Fleury (FLRY3) já capturou o grosso das sinergias com o Hermes Pardini, apontam os resultados divulgados nesta quinta-feira (8). A empresa anotou um lucro líquido de R$ 173,6 milhões no segundo trimestre de 2024 (ou R$ 43,2 milhões, conforme explicado abaixo). Entre os principais ganhos, o que já se esperava: avanços no B2B, novos negócios fora da medicina diagnóstica e expansão regional.
As empresas fecharam propriamente o negócio em maio de 2023, no que foi visto por analistas como um sucesso estratégico em sinergias. Os resultados trimestrais contábeis, portanto, não incluem o mês de abril dentro do segundo trimestre. Por isso, a empresa publica os resultados também na versão que considera o mês de abril da Hermes Pardini como parte da operação (pro forma, que detalha a estimativa de resultado futuro) – o que equilibra a variação dos dados.
Se não considerasse a operação de abril do ano passado, o crescimento de receita bruta na linha de B2B, um dos principais ganhos da Fleury com a fusão, bateria 48% na comparação deste trimestre com igual período de 2023. Nem por isso o valor é baixo: ajustado pro forma, a variação foi de 13,2%, levando os ganhos nessa linha a R$ 501, 6 milhões no segundo trimestre.
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“Com a combinação de negócios, trouxemos o lab-to-lab para a avenida de crescimento do B2B, o que já representa 24% do total da nossa receita”, afirma a CEO da companhia, Jeane Tsutsui. Pelo modelo lab-to-lab, grandes laboratórios prestam serviços a agentes menores, braço forte da Pardini.
Outro dos ganhos destravados pela fusão foi a expansão regional do grupo, que repercute inclusive em facilidades logísticas. Descontado o mês de abril de 2023, o crescimento de receita bruta apenas em marcas da empresa em Minas Gerais seria de 58%. No pro forma, fica em 11%, o que dá a dimensão do crescimento inorgânico da rede.
A marca Fleury, que dá nome à empresa, representa apenas a linha premium da companhia em São Paulo. Demais marcas no estado cresceram 27,4% (17,9% no pro forma). “É um crescimento robusto e mostra a força das nossas marcas”, avalia Tsutsui. Junto à divulgação de resultados, a empresa oficializou a aquisição do São Lucas Centro de Diagnósticos, em Santa Catarina, inaugurando a operação B2C do grupo no estado.
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Analistas ponderam que a rede premium da Fleury tem um percentual elevado de mercado (superior a 50%), o que estabelece um limite para crescimentos acentuados. Os ganhos de receita em outras marcas, avalia a executiva, ajudam a mostrar o potencial de penetração da companhia em um mercado ainda fragmentado do grosso da medicina diagnóstica, no qual seu market share bate aproximadamente 15%.
Embora ainda haja capturas de sinergia pelos próximos dois anos, a parte mais acentuada da curva, algo próximo a 60%, já entrou neste balanço. A previsão era de um incremento de R$ 200 milhões a R$ 220 milhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) incremental. “Como tivemos muito tempo de planejamento e anunciamos uma faixa potencial de sinergia, mativemos em linho com o planejado”, conta a CEO do grupo.
Além da medicina diagnóstica, em outra linha a Fleury tem incrementado o que chama de “novos elos”, serviços como infusões, ortopedia e oftalmologia. A receita bruta nesse segmento foi de R$ 200,7 milhões no segundo trimestre, avanço anual de 3,2%. Esse crescimento faz parte de uma estratégia de expansão da presença na jornada do paciente, com serviços mais integrados.
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“A medicina diagnóstica segue como uma avenida de crescimento, tanto em unidades de atendimento quanto no B2B. Novos elos surgem como uma nova avenida”, pontua Tsutsui. “Isso vem se concretizando efetivamente desde 2021 e já corresponde a 8% da receita. É importante porque, do ponto de vista estratégico, essas novas especialidades acompanham uma tendência de envelhecimento da população”, diz.
Embora a margem Ebitda tenha caído na comparação trimestral em aproximadamente 3%, a empresa anotou crescimento de 115 pontos base em relação ao segundo trimestre de 2023. A receita líquida foi de R$ 1,97 bilhão.