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O mercado livre de energia vive um processo de consolidação, com grandes empresas ampliando participação na área de comercialização.
Um dos exemplos foi a incorporação da AES Brasil pela Auren (AURE3), uma das maiores comercializadoras do país, que passou a ter um portfólio com potência instalada de 8,8 GW.
Outra operação foi a compra de uma das maiores comercializadoras nacionais, a Comerc, pela Vibra (VBBR3) (antiga BR Distribuidora). A aquisição está em fase de conclusão.
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Já a Eletrobras (ELET3), maior geradora de energia brasileira, está reestruturando sua área de comercialização e montou uma mesa de trading em São Paulo. A companhia espera conquistar milhares de clientes nos próximos anos e ampliar em 20% ao ano a energia que fornece ao mercado livre.
Em março de 2024, a Monex Energia e a Ecco Energia se uniram para criar a Liven, gestora focada no mercado livre. O grupo atua na consultoria para migração para o ambiente livre, além da comercialização e da geração distribuída.
Como sua empresa pode aproveitar o mercado livre de energia
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Risco impulsiona consolidação
O movimento de fusões e aquisições de comercializadoras é impulsionado pelos riscos envolvidos nesse mercado. Por serem capazes de suportar maiores oscilações de preços, grandes grupos estão assumindo operações de empresas menores.
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Segundo especialistas do setor, as fusões e aquisições devem afunilar o ambiente de contratação livre. A expectativa é que terão destaque aquelas empresas que se tiverem capacidade de se adaptar melhor.
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A sócia e head de power & utilities da KPMG, Franceli Jodas, acredita que estarão melhor posicionadas as comercializadoras que tiverem melhores condições de se antecipar às oscilações do mercado.
“Como a gente tem as renováveis, com uma oscilação muito grande de preços do PLD [preço de liquidação das diferenças], causado por questões climáticas. Estão ficando apenas grupos mais estruturados, mais sofisticados, que investem em tecnologia para você ter modelos que mitiguem o seu risco”, afirma.
Mais competentes vão permanecer
Para o CEO da Vibra, Ernesto Pousada, devem prevalecer aquelas empresas que entenderem melhor as oportunidades e as expectativas dos consumidores.
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“Hoje o mercado está se desregulamentando. Tem muita gente entrando. É natural que os melhores, os que tiverem melhor capacidade de execução, mais competências, vão se estabelecer ou, com consolidação, alguns deixarão de existir. Não vai haver espaço, certamente, para todo mundo. Alguns vão ocupar esses espaços e hoje você tem um crescimento exponencial da quantidade de comercializadoras.”, disse.
A vice-presidente de energias renováveis da Vibra, Clarissa Sadock, afirma que o grupo tem intenção de se posicionar como uma plataforma “multienergia”.
“Existe um mercado varejista se abrindo para todos os clientes de alta tensão. A gente pretende seguir se beneficiando dessa oportunidade da abertura do mercado, crescer na gestão de energia, crescer na trading, para depois olhar também oportunidades com investimento”, disse a executiva.
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Transações são mais simples
Do ponto de vista regulatório, as fusões e aquisições de empresas no ambiente livre de contratação seguem condições diferentes daquelas que possuem contratos de geração centralizada.
Assim, há menos amarras para que as geradoras e as comercializadoras troquem de controle ou sejam absorvidas por grandes grupos econômicos.
“O mercado livre possui menos amarras do que as concessões que são necessárias quando a empresa é uma concessionária de energia com licitação perante a Aneel, mas é um processo mais simples. O mercado livre, em geral, é muito mais fragmentado. A gente tem muito mais investidores, até menores mesmo, que estão construindo geradoras aí para poder vender”, explica Breno Ganem, sócio do Bichara Advogados.