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Camil revê estratégia em massas e eleva apostas no segmento de café

Empresa vai lançar massas com a marca e entrar no segmento de cápsulas com a União

Alexandre Inacio

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A Camil (CAML3) está apostando suas fichas na diversificação de produtos nas categorias de alto valor. A empresa prepara o lançamento em São Paulo de uma linha de massas com a marca Camil. Além disso, a companhia paulista passará a vender café em cápsula e uma linha gourmet com a marca União.

A decisão de lançar massas sob o guarda–chuva Camil em São Paulo é uma resposta aos resultados pouco expressivos obtidos com a Santa Amália. Muito forte em Minas Gerais, a Santa Amália não gerou os resultados esperados para a companhia, o que levou à mudança da estratégia.

“Queremos explorar a força da marca Camil, assim como fizemos com o relançamento do café União, que liderou a categoria no passado”, disse Luciano Quartiero, CEO da Camil, durante conferência com analistas e investidores, após os resultados trimestrais.

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Depois de relançar o Café União, a empresa quer agora aumentar o número de produtos sob a marca para reduzir a ociosidade de suas indústrias. Em 60 dias, já estará nas prateleiras cápsulas de café com a marca, além de um produto gourmet.

Segundo Quartiero, a Camil utiliza apenas metade de sua capacidade de industrialização de café. Com novos SKUs, o plano é reduzir a ociosidade e aumentar a cobertura geográfica coberta com a marca. “No momento, nosso foco está na captura das oportunidades internas que ainda temos em cada uma das categorias”, disse.

Impactos das chuvas no arroz

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O CEO da Camil descartou a possibilidade de desabastecimento de arroz no Brasil por conta dos prejuízos gerados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Apesar de o Estado responder por 70% da produção nacional, Quartiero ressaltou que 80% da colheita já estava concluída antes das chuvas começarem.

Para ele, a colheita será levemente inferior à registrada em 2023. Contudo, o executivo disse que já tem percebido um aumento da demanda dos clientes, semelhante ao que aconteceu no início da pandemia de Covid.

“Nos últimos 10 dias, o impacto nos preços já foi da ordem de 15% no preço. Identificamos que alguns clientes têm feito pedidos acima dos que tradicionalmente costumam realizar”, disse Quartiero.

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A explicação para o ajuste está na logística. Historicamente, os varejistas esperam para realizar os primeiros pedidos do ano em março, quando a safra de arroz começa a ser colhida e os preços tendem a ser menores.

Neste ano, houve um atraso no plantio e, consequentemente, na colheita, que acabou tendo início em meados de abril. Assim, os supermercados estavam com os estoques em níveis muito baixos no final do mês passado, quando as chuvas tiveram início no Rio Grande do Sul.

“O desabastecimento é maior porque as compras no início do ano foram menores. Não existe risco de desabastecimento e não vai faltar arroz. Temos trabalhado com os clientes para encontrar as soluções logísticas e garantir as entregas”, disse Quartiero.