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Brasil tem demanda reprimida por infraestrutura de cripto e câmbio, diz executivo

John Murillo comanda a expansão da B2Broker para a América Latina, e vê espaço para oferecer infraestrutura para gestores, familly offices e bancos no Brasil

Paulo Barros

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O avanço da adoção de tecnologia financeira no Brasil tem despertado o interesse de empresas estrangeiras voltadas ao mercado institucional. Na avaliação de John Murillo, chief business officer da B2Broker, que fornece soluções de liquidez, trading e infraestrutura de mercado, e acaba de anunciar sua expansão para a América Latina, o país reúne características que o diferenciam do restante da região, tanto pelo porte do mercado quanto pelos desafios regulatórios e operacionais.

“Eu costumo dizer que o Brasil é um país à parte dentro da América Latina. É um ambiente muito específico, com exigências próprias e complexidades como os controles de capitais”, afirmou Murillo ao InfoMoney.

O executivo, que comanda a expansão da empresa para a região, destaca que há um crescimento expressivo na procura por infraestrutura institucional para negociação de ativos digitais, acesso a liquidez internacional e soluções de pagamentos com criptoativos, sobretudo entre family offices, gestoras e bancos regionais.

(Foto: Divulgação/B2Broker)

“Vejo muitos family offices interessados em fazer negócios conosco, além de gestores e bancos regionais que buscam soluções white label adaptadas à sua realidade”, falou.

Segundo a empresa, ela movimenta mensalmente mais de US$ 500 bilhões em contratos de CFDs e processa cerca de US$ 100 milhões por dia em pagamentos cripto por meio de sua plataforma.

Um dos pontos de atenção mencionados por Murillo é a forte demanda por stablecoins, usadas como alternativa para exposição a moedas fortes em um ambiente de volatilidade cambial.

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“Isso é uma oportunidade exponencial. Nossa plataforma suporta 17 blockchains de USDT. Se você olhar para a Binance, eles têm seis.”

Para ele, a adoção de criptoativos no Brasil ocorre de forma mais acelerada do que em outras partes do mundo, impulsionada tanto por condições macroeconômicas quanto por uma base tecnológica em expansão. No entanto, ele alerta que a entrada de players internacionais exige preparação jurídica e alinhamento com os marcos regulatórios locais.

“É um mercado com enorme potencial, mas que requer uma abordagem muito cuidadosa. Estamos estudando com nosso time jurídico qual seria a melhor forma de estruturar uma presença no país.”

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A B2Broker planeja expandir sua presença na América Latina inicialmente com um escritório em El Salvador e um no México até o primeiro trimestre de 2026. No caso do Brasil, ainda não há cronograma definido, mas a empresa reconhece o país como uma das prioridades da região.

Fundada em 2014, a B2Broker atua no mercado institucional e está presente em 11 países, com hubs operacionais em Londres, Limassol, Hong Kong e Dubai.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)