Conteúdo editorial apoiado por

Brasil reduz oferta e mexe com mercado global de suco de laranja

Preços acumulam alta de 6% no ano e já atingiram maior patamar de 2024

Alexandre Inacio

Suco de laranja ameaçado? O greening, doença danosa para citricultura se espalha pelos pomares (Foto: Pexels)

Publicidade

O Brasil vai produzir menos laranja na safra 2023/24. O clima adverso prejudicou a segunda florada dos pomares nacionais, resultando em uma menor disponibilidade de frutas para serem colhidas. A oferta menor já tem mexido com as indústrias, que reduziram suas exportações.

A safra começou em julho de 2023 e será concluída em junho de 2024. Nesse período, o Brasil vai encolher sua produção em 1% e a expectativa é que sejam colhidas 16,5 milhões de toneladas da fruta, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados na semana passada.

A produção menor significa uma menor disponibilidade de matéria-prima para indústrias como Citrosuco, Cutrale e LDC. As empresas terão 200 mil toneladas a menos de laranja para produzir seu principal produto, o suco de laranja.

Continua depois da publicidade

A expectativa do USDA é que a produção brasileira de suco caia pelo segundo ano consecutivo, para 1,1 milhão de toneladas. O volume representa uma retração de 1,6% em comparação à safra 2022/23, quando foram produzidas 1,12 milhão de toneladas.

Como o Brasil representa três quartos do comércio mundial de suco, a queda na oferta nacional fez os preços voltarem a subir no mercado internacional. Os contratos com vencimento em maio alcançaram o maior patamar do ano, a US$ 3,3145 por libra-peso.

A valorização dos preços é, em grande medida, uma resposta à queda nas exportações brasileiras. Nos seis primeiros meses da safra, o volume embarcado pelo país recuou 7,3% em comparação ao mesmo período do ciclo anterior, para 543,8 mil toneladas.

Continua depois da publicidade

O efeito do Brasil no mercado internacional só não é maior porque a produção mundial de suco de laranja crescerá 1,4%, para 1,5 milhão de toneladas. México e Estados Unidos, respectivamente, segundo e terceiro maiores produtores de suco, aumentarão sua oferta.

O México tirou dos Estados Unidos a segunda colocação no ranking global depois que os pomares americanos sofreram com graves problemas sanitários. Depois de ter registrado a pior safra de sua história no ciclo 2022/23, os Estados Unidos elevará sua oferta pela primeira vez, após cinco anos consecutivos de queda.

Mesmo com a recuperação de Estados Unidos e México, os estoques globais seguem em queda. A expectativa do USDA é que ao término da safra, em junho de 2024, os estoques globais de suco estejam em 151 mil toneladas, 25% menores que um ano antes e o mais baixo da série histórica.