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Brasil faz a maior exportação de genética bovina para Índia

Alta Genetics embarcou 40 mil doses de sêmen ao país asiático produzidas a partir de quatro touros da raça Gir

Alexandre Inacio

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O Brasil acaba de realizar a maior exportação de genética bovina da história para a Índia. A subsidiária brasileira da canadense Alta – antiga Alta Genetics – embarcou em dezembro 40 mil doses de sêmen ao país, coletadas a partir de quatro touros brasileiros da raça Gir.

A aquisição foi feita pelo National Dairy Development Board (NDDB), uma cooperativa de produtores de leite da Índia, ligada ao governo do país. O objetivo é aumentar a produtividade média do rebanho local, por meio da melhoria dos animais.

A Índia é dona do maior rebanho leiteiro do mundo, com 61,5 milhões de vacas em produção. O número é três vezes maior que o segundo colocado, a União Européia, com 20 milhões de animais. No entanto, a produtividade média por animal na Europa é 4,5 vezes superior à da indiana.

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“Há 100 anos, a Índia mandou para o Brasil a genética dos animais zebuínos. Agora, voltam para buscar essa genética, que passou por 40 anos de seleção e melhoramento, para aperfeiçoar seu rebanho”, disse o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho, ao IM Business.

Heverardo Carvalho, diretor Alta Brasil (Foto: Divulgação)

Segundo o executivo, as primeiras conversas com a NDDB começaram em 2020, ainda em meio à pandemia. Foram dezenas de visitas técnicas, questionamentos sanitários para que se chegasse aos quatro animais selecionados e a concretização do negócio.

Os touros são de propriedades mineiras – Fazenda Genipapo, Fazenda Brasília, Santa Edwiges, Tropical Genética e Estância K.

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O interesse do governo indiano em aumentar a produção local não é por acaso. O consumo doméstico tem crescido a uma taxa anual média de 2,5%, nos últimos cinco anos. Com uma população em expansão, a expectativa é que 89 milhões de toneladas de leite sejam consumidas na Índia em 2024.

Apesar da grande exportação, as vendas externas representam menos de 5% da receita da Alta no Brasil. A empresa libera o mercado doméstico e tem 30% de participação de mercado no comércio de sêmem bovino no país.

Em 2023, a empresa comercializou 7,5 milhões de doses. O volume se manteve estável em relação a 2022, em um ano em que o mercado de genética bovina encolheu cerca de 5%.

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Na avaliação de Carvalho, o pecuarista adiou os investimentos esperados para o primeiro semestre do ano por conta da incerteza política. Na segunda metade do ano os negócios evoluíram, mas não o suficiente para reverter o quadro dos primeiros seis meses.

Outro ponto negativo foi o mercado do boi gordo. O ciclo pecuário aumentou a oferta de animais para abate, derrubando os preços pagos aos pecuaristas, que seguraram os investimentos em genética. Com 75% do mercado de genética voltado à pecuária de corte, o segmento sentiu os efeitos.

“Além disso, tivemos o clima. Em algumas regiões tivemos excesso de chuva. Em outras, grandes períodos de estiagem. Dois mil e vinte e quatro será melhor, um ano de transição, para um cenário de crescimento mais acentuado em 2025 e 2026”, diz o executivo.

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