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ADM lança programa de agricultura regenerativa no Brasil

Projeto inicial envolve 20 produtores de soja de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul

Fernando Lopes

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A ADM, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, está lançando nesta terça-feira um programa de incentivo a práticas de agricultura regenerativa no Brasil. O projeto inicial envolve 20 produtores de soja de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, com uma área total de plantio de 20 mil hectares. O objetivo é abrir o leque para culturas como milho e algodão, e ampliar a área para 200 mil hectares em dois anos.

Os pilares do programa brasileiro são similares aos das ações que estão sendo realizadas na América do Norte e na Europa. Mas há diferenças, e por aqui o foco será no fornecimento de assistência técnica, prestada por equipes da multinacional que estarão próximas dos agricultores. 

Plantio direto, rotação de culturas e fixação de nitrogênio estão entre as práticas que poderão ser recomendadas, dependendo da necessidade de cada propriedade – ou de cada talião de uma propriedade. Sempre com o intuito de melhorar a saúde do solo e proteger a biodiversidade. 

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De acordo com Luciano Souza, diretor de grãos da ADM para a América do Sul, foram escolhidos para o projeto inicial produtores de perfis diferentes. Muitos já adotam práticas sustentáveis, mas que poderão ser intensificadas a partir dos diagnósticos e sugestões a serem apresentadas pelas equipes da multinacional. A redução do uso de insumos e o incentivo à utilização de defensivos biológicos estarão no cardápio.

Luciano Souza, diretor de grãos da ADM para a América do Sul (foto: Divulgação)

Segundo André Germanos, gerente de negócios de carbono e agricultura regenerativa da ADM na América Latina, a ideia é que boas práticas agrícolas sejam mais adotadas sem que o produtor perca produtividade. Pelo contrário, uma vez que diversas experiências recentes mostram que é possível ampliar o rendimento com mais sustentabilidade.  

No primeiro ano do programa, que está sendo desenvolvido com a parceria técnica da alemã Bayer, o foco estará na coleta de dados primários para um retrato completo do perfil das emissões dos produtores, desde as moléculas químicas aplicadas nas lavouras até o transporte da produção. No segundo ano, análise de solo e balanço de carbono estarão entre as prioridades.

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No programa brasileiro, não há previsão de pagamento de bônus aos produtores participantes. Mas a ADM acredita que, como os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade daquilo que consomem, no futuro as indústrias de alimentos poderão de alguma forma premiar os agricultores que se diferenciarem com suas boas práticas.  

A ADM é uma das maiores originadoras, processadoras e exportadoras de grãos em atuação no Brasil. Conta com cerca de 10 mil fornecedores de soja, milho, algodão e trigo. No terceiro trimestre deste ano, as vendas globais da companhia alcançaram US$ 21,695 bilhões e seu lucro líquido foi de US$ 821 milhões.

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Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.