Brasil Pharma confirma conversas com Profarma, mas nega compra

A aquisição está no DNA da empresa, mas não faria sentido nesse momento, disse Otávio Lyra, gerente de Relações com Investidores da Brasil Pharma ao InfoMoney

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Brasil Pharma (BPHA3), rede de farmácias pertencente ao BTG Pactual, confirmou nesta segunda-feira (27) conversas com a Profarma (PFRM3), terceira maior distribuidora do País, mas negou que pretende comprar a empresa, disse o Otávio Lyra, gerente de Relações com Investidores da empresa, em entrevista ao InfoMoney

“Aquisição está no DNA da Brasil Pharma, mas estamos em um momento de amarração, não de aquisição”, disse. O foco agora será crescer de forma orgânica, para que consiga entregar o retorno esperado. “Desde 2012, decidimos reduzir o ímpeto por aquisições, buscando focar em nossas sinergias. Por isso, uma decisão dessa precisaria ser muito bem estudada e planejada, e vimos que atualmente não seria o momento”, explica. 

Lyra afirma, entretanto, que teve conversas com a Proforma, assim como com diversos outros participantes do mercado, mas não há nenhum acordo. “Sempre olhamos se fazia sentido essa integração com uma cadeia de distribuição. Observamos essa tendência no mercado europeu e norte-americano, mas acredito que ainda não é o momento de realizá-lo no Brasil”, comenta. 

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Esse movimento, segundo Lyra, é uma influencia de Stefano Pessina, presidente da varejista farmacêutica europeia Alliance Boots e que agora possui uma grande representatividade na norte-americana Walgreen (que comprou em junho, fatia da Boots por US$ 6,7 bilhões). “Costumo dizer que o mercado da Europa e Estados Unidos estão 10 a 15 anos na nossa frente, e no norte-americano esse movimento está ocorrendo somente agora”, disse. 

Segundo ele, é uma tendência que faz sentido, e, por isso, foi “espiar” para saber se seria viável, mas quando olhou mais detalhadamente, observou que não era tão interessante a aquisição nesse momento, uma vez que o “business de distribuição possui margens muito espremidas e utiliza intenso capital de giro”.

Além disso, ele aponta que com a consolidação que está acontecendo no setor farmacêutico no Brasil, a tendência agora seria que o varejo retirasse cada vez mais o volume da distribuição e passasse para a indústria. “A média e grande rede farmacêutica tem centro de distribuição, então elas poderiam fazer esse movimento. Não é que o distribuidor vá morrer, inclusive porque as redes sempre terão que fazer parte das compras por meio deles, mas deve reduzir”, disse.

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Mesmo diante de todos esses argumentos, Lyra ressalta que também haveria pontos favoráveis na aquisição (apesar de já ter sido descartada), uma vez que a Profarma é uma empresa madura, estruturada e tem CDs (centros de distribuições) espalhados por todo o Brasil, o que seria uma plataforma interessante de crescimento em função da questão fiscal.