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Em 2025, São Paulo enfrentou uma média de 138 furtos ou roubos de veículos por dia, de acordo com levantamento do Estadão a partir de dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Somente entre janeiro e agosto, 22.228 carros e 11.201 motos foram roubadas por criminosos, com uma maior concentração na Zona Leste da capital, próximo ao bairro Tatuapé. Os modelos de destaque de carro e moto são Hyundai HB20 e Honda CG 160, respectivamente.
A SSP afirma ter recuperado 12.508 veículos neste ano, além de ressaltar que os roubos caíram 12,85% ante mesmo período do ano anterior, enquanto os furtos diminuíram 6,23%.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana anunciou que pretende aumentar o patrulhamento diário da Guarda Civil Municipal (GCM), além da instalação de 100 câmeras do programa Smart Sampa em motos da GCM e da Polícia Militar, para aumentar a vigilância.
Especialistas apontam que o criminoso vai para a rua já sabendo o que quer. Isso ocorre pois os furtos costumam ser planejados por quadrilhas organizadas, enquanto roubos acontecem com mais frequência por oportunidade.
Segundo a reportagem, o mercado paralelo de peças e as características das ruas de São Paulo favorecem esse tipo de delito. Os criminosos focam em veículos populares com mais de cinco anos de uso, justamente os que enfrentam escassez de peças de reposição, um cenário que impulsiona o comércio ilegal de autopeças.
Relação geográfica
De acordo com o sociólogo Marcelo Nery, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP), o roubo e o furto de veículos em São Paulo estão conectados à geografia urbana e às rotas de escoamento usadas pelos criminosos. Ele disse ao Estadão que a escolha dos locais para cometer esses crimes tem relação com a facilidade de fuga e o acesso rápido a rodovias e divisas da cidade, o que favorece o desmanche ou a revenda ilegal das peças.
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A SSP evita comparar os indicadores entre bairros ou distritos, alegando que cada região tem características populacionais e geográficas próprias. Para Nery, esse tipo de análise é essencial para compreender como e por que o crime se distribui de maneira desigual pela cidade.
O maior exemplo seriam as zonas Leste e Sul, sendo as duas regiões mais populosas de São Paulo, que acabam registrando grande parte dos crimes dessa natureza. Nos roubos de carros, a zona Leste se destaca, especialmente nas áreas entre Água Rasa e Vila Matilde. Já no caso das motocicletas, o centro da cidade é o ponto mais vulnerável.
A Lei Estadual dos Desmanches, em vigor desde 2014, obriga as empresas que compram veículos para desmontagem a vender as peças diretamente ao consumidor final, impedindo o repasse para revendedores, como uma tentativa de desmontar a cadeia de receptação.
Embora o roubo de motos renda menos financeiramente, Nery observa que esses veículos são frequentemente reaproveitados em novos crimes, servindo como meio de locomoção rápido e discreto para os criminosos.
Mais procurados
O perfil dos veículos mais procurados por criminosos reflete diretamente a composição e a idade da frota em circulação. Quanto maior a presença de um modelo nas ruas, maior é o retorno esperado pelos ladrões, seja no reaproveitamento de peças ou na revenda ilegal.
Top 10 carros mais roubados ou furtados
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- HB20: 1.188
- Onix: 1.158
- Ka: 943
- Gol: 759
- Uno: 713
- Corsa: 664
- Argo: 630
- Renegade: 538
- Palio: 527
- Compass: 525
Top 10 motos mais roubadas ou furtadas
- CG 160 Fan: 1.804
- CG 160 T-Crossit-Crossan: 789
- CG 160 ST-Crossart-Cross: 659
- FZ25 Fazer: 357
- XT-CrossZ250 Lander: 299
- PCX 150: 231
- Elit-Crosse 125: 188
- NXR160 Bros ESDD: 182
- CG 160 Cargo: 174
- Pop 110i: 163
Apesar de ser o carro mais vendido do Brasil este ano, com 101.307 unidades emplacadas nos primeiros nove meses de 2025, o Fiat Strada não é o mais visado por ladrões, entrando como número 14º na lista dos mais levados da cidade, com 379 ocorrências.
Outros dados mostram que carros brancos são os preferidos pelos criminosos, com 6.439 ocorrências registradas na capital paulista, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
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Em seguida aparecem os veículos prateados (4.668 casos) e os pretos (4.363 casos). A maior parte das ocorrências são de automóveis com mais de dez anos de fabricação, que somam 9.355 registros nos oito primeiros meses de 2025. Já os modelos novos, com até dois anos de uso, chamam menos atenção dos ladrões, com 1.693 casos.
Entre as motocicletas, a Honda CG 160 se destaca como a mais visada, especialmente na versão Fan, com 1.804 furtos e roubos, seguida pela Titan (789), Start (659) e Cargo (174).
As motos pretas lideram entre as cores mais visadas, com 2.877 registros, seguidas das vermelhas (2.828) e azuis (1.164). Ao contrário dos carros, as motos mais novas são as preferidas pelos criminosos: os modelos com até dois anos de fabricação registraram cerca de 4 mil ocorrências apenas entre janeiro e agosto de 2025.