População aprova operação no Rio, mas se divide sobre polícia chegar atirando

É o que mostra a pesquisa Genial/Quaest, feita nos dias 30 e 31 de outubro

Maria Luiza Dourado

Membros da unidade especial da polícia militar se reúnem para deter suspeitos de tráfico de drogas durante uma operação policial contra o tráfico na favela do Penha, no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de outubro de 2025. REUTERS/Aline Massuca
Membros da unidade especial da polícia militar se reúnem para deter suspeitos de tráfico de drogas durante uma operação policial contra o tráfico na favela do Penha, no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de outubro de 2025. REUTERS/Aline Massuca

Publicidade

A maior parte da população do Rio de Janeiro é a favor da megaoperação que ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão na última terça-feira (28), mas as opiniões se dividem quando o assunto é a polícia chegar atirando em criminosos.

É o que mostra a pesquisa “Avaliação da operação policial no Rio de Janeiro”, da Genial/Quaest, feita com base em 1.500 entrevistas face a face, nos dias 30 e 31 de outubro, com residentes do Rio de Janeiro com 16 anos ou mais, que responderam a questionários estruturados.

Ao responder a pergunta “Qual deve ser a primeira reação de um policial que está trabalhando e se depara com uma pessoa com um fuzil na mão?”, 50% dos respondentes afirmaram que o policial deve buscar prender sem atirar, enquanto 45% afirmaram que o agente deve atirar logo de cara; 5% não souberam responder.

Planejamento financeiro

Baixe gratuitamente!

As porcentagens mostram um equilíbrio que não se vê quando a pergunta fala somente sobre a aprovação da mega operação: 64% dos respondentes a aprovam, enquanto apenas 27% afirmaram não apoiar.

Guerra no RJ?

A percepção sobre a segurança no Rio de Janeiro é alarmante: 87% dos entrevistados consideram que o RJ vive uma situação de guerra, contra apenas 13% que discordam da afirmação.

Já sobre outras cidades brasileiras viverem numa situação de guerra, 51% concordam e 42% discordam.

Continua depois da publicidade

Ainda, 74% dos entrevistados afirmaram temer uma reação do tráfico – contra apenas 25% que não temem.

E, nesse embate, a população se divide sobre quem está mais preparado para um conflito armado: 48% votaram nas forças policiais do estado e 44%, nas facções. Mas, apesar do equilíbrio nessa avaliação, 62% consideram que o governo do Estado não tem capacidade de combater o crime organizado sozinho, contra 36% que acreditam que sim; 2% não souberam responder.

Governo federal tem ajudado?

Na visão da população, o governo federal não tem ajudado os estados no combate a facções criminosas (53%). Outros 24% consideram que ajuda pouco e 14%, que ajuda muito.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.