Correria, tiros e caos: Rio tem dia de transtornos com vias fechadas por megaoperação

Avenida Brasil e a Linha Vermelha ficaram fechadas ao longo do início da manhã desta terça-feira, na altura de Vigário Geral, na Zona Norte do Rio

Agência O Globo

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Duas das principais vias da cidade do Rio, Avenida Brasil e a Linha Vermelha ficaram fechadas ao longo do início da manhã desta terça-feira, na altura de Vigário Geral, na Zona Norte do Rio. A interdição acontece por causa de um tiroteio em comunidades do Complexo de Israel que são alvo de uma megaoperação da Polícia Civil. Não há informações de feridos. A circulação do BRT Transbrasil, de trens do ramal de Saracuruna e de pelo menos 50 linhas de ônibus foi afetada.

Nas redes sociais, diversas pessoas que passavam pelas vias e ficaram presos no trânsito relatam a tensão entre as pessoas que ficaram presas no meio do fogo cruzado. O Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR) disse que a cidade entrou no “Estágio 2 às 06h50 desta terça-feira” em função das operações.

Motoristas, motociclistas e passageiros de ônibus entraram em pânico nas vias expressas por causa do intenso confronto. A cidade entrou no estágio 2 de atenção.

De acordo com a Polícia Civil, atuam no Complexo de Israel equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de delegacias da capital, da Baixada e do Interior. A ação visa a cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

O objetivo principal da ação era a captura de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos traficantes mais procurados da região.

Confrontos armados entre criminosos e forças de segurança transformaram as vias em cenários de pânico. Vídeos feitos por pessoas que ficaram presas nas vias em meio ao tiroteio mostram motoristas e passageiros se abaixando para se proteger dentro de seus veículos.

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A ação, informou a corporação, é resultado de sete meses de investigações que culminaram na identificação de 44 traficantes sem mandados anteriores e que, agora, são alvos dos agentes. As apurações feitas pela DRE, com apoio da Delegacia Antissequestro (DAS), da 22ª DP (Penha) e da 33ª DP (Realengo), revelaram uma organização criminosa altamente estruturada e armada, sob a liderança de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos traficantes mais perigosos do estado. O grupo atua nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.

De acordo com as investigações, a facção impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa.

Sob o comando direto de Peixão, o TCP, afirma Polícia Civil, promove a “intimidação sistemática de moradores, expulsão de rivais, ataques a agentes de segurança e ações coordenadas para impedir operações policiais”.