PF “ressuscitou” inquérito contra líder do governo
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A operação, que atinge uma figura importante para o governo no Congresso, Fernando Bezerra (MDB-PE), acontece em meio às discussões sobre a demissão do diretor-geral da Polícia Federal e à pressão de um grupo no Senado Federal para a criação da “CPI da Lava Toga”.
Investigadores com algum conhecimento da questão avaliam a busca e apreensão como um procedimento necessário, fundamental e justificado para se avançar nas investigações. O caso é considerado o mais embasado em relação ao senador Bezerra, inclusive com indícios de repasse de dinheiro a empresas da família.
No entanto, o timing da realização da operação – mais 2 anos após o início da tramitação do inquérito – pode ser lido como uma represália da PF. Os policiais federais querem também a aprovação da autonomia do órgão para evitar eventuais interferências políticas nos cargos chave da corporação.
O pedido de medidas invasivas foi autorizado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Polícia Federal, mas a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se posicionou contra buscas e apreensões no gabinete do senador. Segundo ela, seria ineficaz fazer buscas nos endereços de Bezerra, porque os indícios apontavam justamente para um esforço de omissão da participação dele.
A investigação contra Fernando Bezerra é baseada na delação do empresário João Lyra, que vem a ser o dono do avião que caiu, em 2014, levando o então candidato à Presidente Eduardo Campos. No acordo fechado em janeiro de 2017, ainda pelo ex-PGR Rodrigo Janot, ele narrou desvios nas obras de transposição do Rio São Francisco, quando Fernando Bezerra era ministro do governo Dilma Rousseff.
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