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Na “lacração” de Bonner e Renata no Jornal Nacional, quem saiu perdendo foi o eleitor

Maior e mais importante instituição do jornalismo brasileiro transformou a bancada de entrevistas num tribunal e priorizou o constrangimento do candidato ao invés do debate de ideias; quem perde é o Brasil, que às vésperas da principal eleição da sua era democrática pouco consegue mostrar o que os candidatos têm a dizer sobre eleições
Por  Thiago Salomão
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – “Lacrou!”: termo amplamente popularizado na internet brasileira, usado quando, em um debate nas redes sociais, um comentarista consegue com um argumento desmontar ou desqualificar o outro participante do debate. 

Quem diria que essa “lacração”, que parecia uma obsessão apenas para os heavy users de Facebook, Twitter e outras ferramentas, invadiria a maior e mais importante instituição do jornalismo brasileiro: o Jornal Nacional.

Nos 27 minutos de entrevista com os quatro principais candidatos à Presidência (Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Marina Silva), William Bonner e Renata Vasconcellos abusaram do confronto e da desconstrução dos candidatos, exageraram no tempo gasto com as perguntas e inclusive nem pareciam se importar com a resposta dada pelo candidato. Com isso, a bancada de entrevista mais se parecia com um tribunal, onde os réus já estavam fadados à condenação, não importa qual resposta fosse dada.

As conclusões desse fatídico roteiro: substituímos o debate das ideias, propostas e planos dos aspirantes a presidente da República por um “jornalismo de emboscada”, como bem definiu J.R. Guzzo em coluna na Veja (veja abaixo um compilado de opiniões sobre as entrevistas do JN). E o JN, o meio de comunicação que consegue alcançar o maior número de brasileiros, mais parecia uma discussão daqueles posts políticos de Facebook, onde o foco não é trazer um debate construtivo de ideias, mas sim constranger o outro lado da conversa – ou melhor, “lacrar”.

No final, ganhou quem soube ‘jogar o jogo’ do confronto e foi mais preparado para brigar do que para ser ouvido. O mais curioso (e também triste, por que não) é que a postura de “juiz autoritário” de Bonner e Renata provocou a sensação de que os políticos – classe tão fácil de ser odiada no Brasil – eram os oprimidos da história e, como se jogados numa jaula com dois leões famintos, fizeram o público torcer a favor dos candidatos.

“Os problemas do Brasil não estão sendo discutidos, está se dando importância apenas ao que se vê como criticável em cada candidato. As propostas foram completamente abandonadas para alimentar a rejeição aos políticos e à política”, concluiu o gestor de carteira de um family office. O Brasil todo acaba pagando por isso: às vésperas da mais importante eleição da nossa democracia, perdeu-se a chance de trazer para a grande massa do eleitor brasileiro – que ainda tem na televisão o principal meio de informação – as informações necessárias para decidirmos nosso voto.

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Outras opiniões sobre as entrevistas do JN:

Pedro Menezes fundador do Instituto Mercado Popular e colunista do InfoMoney (fonte: twitter do Pedro)

pedro_menezes

José Roberto Guzzo – colunista da Veja

“O público acaba de ver, nos últimos dias, no processo divino e penal instaurado por jornalistas de televisão contra os atuais candidatos a presidente da República. Não estão previstas absolvições nesse tribunal. As únicas sentenças disponíveis são as de condenação. Nada do que os réus dizem, quando conseguem dizer alguma coisa, é levado em consideração; é uma surpresa, na verdade, quando recebem a permissão dos inquisidores para completar uma resposta. O resultado final é que ninguém acredita que os moços e as moças da tela sejam mesmo um Deus legítimo. Ficam com cara de Rolex paraguaio. Não assustam mais os acusados. Fazem o público ficar torcendo contra eles e a favor dos candidatos. Provocam o riso”. (link original do post)

Geraldo Samor jornalista e fundador do site Brazil Journal

“No esforço sobre-humano de provar seu talento, os entrevistadores não fazem uma sabatina, mas um inquérito — e acabam aparecendo mais que o entrevistado, violando a boa técnica jornalística. A incapacidade da Globo de buscar as respostas que os eleitores precisam é ainda mais bizarra porque vem da emissora conhecida, justamente, por entender (e moldar) o gosto popular”. (link original do texto).

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Thiago Salomão Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers

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