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4º trimestre dos mercados emergentes: fraco, mas com razões para otimismo

Em análise sobre o último trimestre de 2016, Mark Mobius contextualizada eventos e marcos importantes na ótica dos mercados emergentes.
Por  Mark Mobius
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O Templeton Emerging Markets Group tem um amplo universo de investimentos para analisar. Embora nos consideremos investidores “de baixo para cima”, também levamos em conta o contexto do cenário mais amplo. Neste artigo, eu compartilho com vocês a visão do Templeton Emerging Markets Group sobre o que aconteceu no universo dos mercados emergentes, no quarto trimestre de 2016, incluindo alguns eventos e marcos importantes, assim como alguns dados um pouco mais antigos para dar perspectiva.

Visão geral do quarto trimestre

  • Os mercados desenvolvidos apresentaram uma performance superior à dos mercados emergentes no último trimestre de 2016,1 uma vez que as expectativas com as medidas reflacionárias da nova administração do presidente eleito Donald Trump, os sólidos dados econômicos dos EUA e a prorrogação do programa de flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu para além de março 2017, embora em um ritmo mais lento, aumentaram a confiança do investidor.
  • Os mercados emergentes avançaram levemente em dezembro, apesar de o banco central dos EUA, o Fed, anunciar um aumento das taxas de juros. O MSCI Emerging Markets (EM) Index apresentou um retorno de 0,3% em dezembro, mas no trimestre o índice caiu 4,1%, devido em grande parte às preocupações com o aumento do dólar norte-americano e a maior possibilidade de políticas protecionistas por parte da administração Trump.2
  • A eleição dos EUA parece ter tido um menor impacto sobre os mercados de fronteira.  O MSCI Frontier Markets Index subiu 0,5% no trimestre, apresentando uma performance superior à dos mercados emergentes, de forma geral.3 O Paquistão teve uma performance especialmente boa, encerrando o trimestre com retornos de dois dígitos no período que antecede à reclassificação do Paquistão ao status de mercado emergente, anunciada pelo MSCI para maio de 2017.
  • Em 2016, os mercados emergentes superaram os mercados desenvolvidos pela primeira vez desde 2010. O MSCI EM Index apresentou um retorno de 11,6%, contra os 8,2% do MSCI World Index. O ano presenciou uma alteração em estilo, de defensivo para valor, em parte refletindo uma recuperação das desvalorizadas empresas de materiais e energia, que se beneficiaram com os preços de commodities mais altos.
  • Em dezembro, o Fed aumentou as taxas de juros pela primeira vez desde 2016. Com a sinalização de maior confiança na economia dos EUA, o Fed aumentou sua principal taxa de juros em 25 pontos base (0,25 pontos percentuais). O viés mais restritivo por parte do Fed sinaliza a possibilidade de três aumentos em 2017.
  • Os preços do petróleo bruto subiram durante o período de três meses, à medida que 11 países não ligados à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), incluindo a Rússia, se comprometeram com os cortes de produção para diminuir o excesso de oferta, em dezembro, após as propostas de redução da produção por parte dos membros da OPEP, em novembro. De modo geral, as empresas de petróleo no início da cadeia de produção estão mais bem posicionadas para se beneficiarem dos preços mais altos do petróleo, e continuamos com uma visão positiva em relação a várias empresas na China, na Rússia, na Tailândia, no Paquistão e na Índia. No entanto, no longo prazo, preços mais altos do petróleo poderão resultar em um possível aumento de oferta por parte dos produtores de xisto, assim como em um aumento de produção por parte dos produtores de baixo custo (por exemplo, países OPEP e Rússia) para manter as receitas fiscais. Preços mais altos do petróleo também poderão levar a um aumento significativo da atividade de perfuração ao redor do mundo.
  • A maioria das moedas dos mercados emergentes se depreciou frente ao dólar norte-americano, no último trimestre de 2016. O peso mexicano despencou a um nível historicamente baixo frente ao dólar norte-americano, em novembro, mas depois se recuperou levemente.  A moeda de pior performance, no entanto, foi a libra do Egito, que depreciou quase 50% após a liberalização da moeda, em novembro. Questões geopolíticas continuaram pesando sobre a lira turca, que caiu 17% frente ao dólar norte-americano.

Últimas notícias e principais acontecimentos por país

Para aqueles que têm interesse em analisar dados, estou incluindo informações atualizadas de alguns países, que mostram mudanças recentes nos principais indicadores e medidas econômicas, bem como alguns dados históricos.

Os mercados da América Latina estavam entre os que apresentaram as melhores performances no último trimestre de 2016, impulsionados pela performance superior em outubro. O Brasil, o Chile e o Peru encerraram o período de três meses com retornos positivos, enquanto que o México e a Colômbia ficaram para trás, em termos de dólar norte-americano.

Os investidores no Brasil foram encorajados pela aprovação de importantes reformas, com os esforços de flexibilização monetária por parte do banco central, para estimular o crescimento econômico, também se mostrando positivos.  Os retornos no Peru foram estimulados pelos sólidos dados econômicos e pela confiança nos negócios, enquanto que o progresso político positivo e os dados macroeconômicos encorajadores serviram de apoio para o mercado chileno.

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O México foi o mercado com a pior performance da região, com as preocupações sobre as políticas protecionistas e anti-imigração da nova administração Trump pesando sobre as ações e sobre o peso mexicano. Para combater as pressões inflacionárias de um peso mais fraco, o banco central aumentou as principais taxas de juros em 100 pontos base (um ponto percentual).

Os mercados da Ásia caíram no trimestre, ficando com uma performance inferior à dos mercados emergentes como um todo. As Filipinas ficaram entre as mais fracas performances, em função das preocupações que as medidas protecionistas dos EUA pudessem afetar negativamente o comércio e o importante setor de terceirização do país.

A Tailândia poderia ver alguma fraqueza na atividade econômica devido ao período de um ano de luto, em função do falecimento de seu rei em 2016, mas acreditamos que isso seria apenas um efeito temporário. O mercado de ações da Tailândia apresentou uma performance positiva em dezembro, impulsionado pelos setores de energia e financeiro. As importantes medidas de estímulo econômico, os programas de reforma e os gastos com infraestrutura parecem estar tendo um efeito favorável na economia. Adicionalmente, os preços mais baixos das commodities ajudaram a reduzir a inflação, aumentar o poder aquisitivo e permitir a implementação de reformas e políticas monetárias acomodatícias, que por sua vez, contribuíram para o crescimento econômico. Eleições gerais estão agendadas para o final de 2017/início de 2018, o que poderá ser a volta de um governo democraticamente eleito. Gostamos especialmente dos setores de serviços ao consumidor, saúde e turismo, uma vez que a Tailândia continua competitiva nessas áreas. Embora os bancos tailandeses continuem enfrentando desafios no curto prazo, em razão do um aumento em empréstimos inadimplentes e maiores pressões sobre a receita de taxas, continuamos preferindo seletivamente os bancos tailandeses mais bem posicionados e subvalorizados. 

A Indonésia e a Índia apresentaram baixa performance, diante do aumento da incerteza que se seguiu à vitória do presidente eleito Trump, e de saídas de recursos. A Índia foi ainda mais pressionada pelas medidas de desmonetização. Na tentativa de combater a corrupção, a falsificação de dinheiro, a evasão fiscal, o dinheiro ilícito e o terrorismo, o governo indiano retirou de circulação as notas de maior denominação, de INR500 e INR1,000.  Sendo essas responsáveis por 85% do dinheiro em circulação, a falta de liquidez causada pela desmonetização deve impactar negativamente os setores e as cadeias de suprimento com altos níveis de transações à vista.  Isso inclui áreas como o setor imobiliário, joias, varejo, restaurantes e bens duráveis de consumo. Como resultado, nesse meio tempo, a atividade econômica será impactada. No entanto, no longo prazo, acreditamos que a situação se normalize e a Índia permaneça no caminho de um crescimento mais sustentável. Essas medidas poderão também ajudar a melhorar a transparência, a aumentar a conformidade fiscal e a acelerar a migração para uma economia digital. No ambiente atual, o setor financeiro continua apresentando bons resultados, devido à crescente disseminação de serviços bancários e maior uso de crédito. Além disso, acreditamos que setores relacionados à infraestrutura, como o de cimento, estão bem posicionados para se beneficiarem do contínuo desenvolvimento imobiliário e de infraestrutura. Em nossa opinião, os setores farmacêuticos e de TI continuam sendo áreas com vantagens competitivas para a Índia.

As ações chinesas apresentaram baixa performance, diante da depreciação do renminbi e de maiores restrições regulatórias no setor de seguros. O programa Shenzhen-Hong Kong Stock Connect, que facilita as negociações em ações entre as duas bolsas de valores, foi inaugurado, mas os volumes foram baixos. Hong Kong também ficou abaixo de seus pares, à medida que as ações do setor de jogos enfraqueceram, em dezembro, diante das preocupações com os controles de capital por parte da China.

Na Coreia do Sul, a depreciação cambial e a turbulência política em torno da Presidente Park Geun-hye impactou negativamente os retornos. O parlamento da Coreia do Sul aprovou o pedido de impeachment, movido contra Geun-hye, com base em suas supostas conexões com um escândalo de corrupção, que especula-se que também inclua grandes empresas listadas em bolsa. Embora resulte em maior incerteza no curto prazo, acreditamos que a investigação possa levar o governo e as empresas a lidarem com alguns assuntos relacionados à governança corporativa e reformas, que é do interesse de todos os acionistas. Em termos de setores da bolsa de valores, acreditamos que a perspectiva para os semicondutores permanece positiva, diante do aumento da demanda por memória de acesso aleatório dinâmico (DRAM) e memória flash NAND (negative-AND, um porta lógica em eletrônicos digitais), enquanto que a demanda por diodo orgânico emissor de luz (OLED) continua com sólido crescimento. Em outros lugares, continuamos sendo seletivos em áreas relacionadas ao consumo, evitando as ações que depende exclusivamente do consumo doméstico e favorecendo aquelas com exposição internacional.

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Na Europa, a Rússia esteve entre os mercados emergentes com melhor performance, beneficiando-se da crença de que as sanções dos EUA contra o país poderiam ser rescindidas. Além disso, a recuperação nos preços do petróleo e dados do produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre melhores do que esperados também ajudaram. Em outros lugares da Europa, o mercado de ações da Turquia caiu, em grande parte devido à desvalorização da lira e à política monetária restritiva.

Na África, a instabilidade política e as preocupações com um rebaixamento do crédito impactaram a confiança dos investidores na África do Sul. Em outros lugares do continente, o Egito foi um dos mercados emergentes com pior performance no trimestre. O banco central do Egito adotou o câmbio flutuante no início de novembro, em uma tentativa de estabilizar a economia, lidar com a falta de dólares norte-americanos e terminar com o mercado negro de câmbio. Continuamos vendo oportunidades em áreas como, por exemplo, bancos e consumo. Achamos que os bancos estão atraentes, especialmente aqueles com fortes carteiras de investimento em ativos locais do Tesouro, com longa duração e altas taxas de juros, e baixos índices de empréstimos/depósitos, o que permitiria que absorvessem, no futuro próximo, o esperado crescimento no crédito privado e de varejo. No segmento de consumo, embora possa haver uma demora, antes de algumas empresas conseguirem passar o total impacto da depreciação cambial para o consumidor final, existem algumas que nos parecem interessantes, uma vez que já haviam começado a aumentar seus preços antes da liberação do câmbio. Por outro lado, continuamos pessimistas com relação ao setor imobiliário, uma vez que o poder aquisitivo poderá permanecer fraco no futuro próximo, enquanto os custos sobem drasticamente.

 

Nossa previsão

Achamos que os mercados emergentes permaneceram na liderança das economias mais vibrantes e que mais crescem do mundo, com taxas de crescimento do PIB que estiveram confortavelmente superiores às do mundo desenvolvido durante anos, apesar da muito difundida desaceleração em alguns países. Acreditamos que o argumento a favor do investimento a longo prazo nos mercados emergentes permaneça positivo. Embora os mercados emergentes permaneçam sensíveis aos indicadores macroeconômicos e às políticas monetárias globais, sendo provável que a volatilidade persista por algum tempo, os mercados de ações parecem ter começado a se ajustar e acreditamos que a confiança dos investidores está voltando. Olhando para o futuro, também esperamos que os avanços macroeconômicos continuem em 2017. Isso seria positivo para oportunidades de crescimento da receita bruta, bem como para a perspectiva dos lucros das ações dos mercados emergentes.

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Permanecemos positivos quanto ao tema consumo nos mercados emergentes e vemos áreas com potencial. Por exemplo, o mercado automotivo é um dos setores mais promissores, em nossa opinião. Muitos mercados de consumo ainda têm muita demanda reprimida, e as taxas de penetração permanecem bastante baixas, em comparação aos mercados desenvolvidos. Além disso, tem havido muito mudança tecnológica no setor, com um foco maior em eficiência, emissões mais baixas e uma mudança de preferência por veículos elétricos.

Outra área em que estamos focando é a de entretenimento. O setor de jogos tem grande potencial, e vemos muitos turistas chineses atraídos pelos cassinos e ofertas similares em Macau. Da mesma forma, vemos um rápido crescimento de cinemas e complexos multiplex nos mercados emergentes. Estamos vendo Hollywood se adaptar a uma audiência estrangeira, mas a indústria local de cinema em muitos desses mercados também começou a crescer.

Na minha opinião, a maior preocupação para os mercados emergentes, após a eleição de Trump, provavelmente seja a maior possibilidade de políticas comerciais protecionistas. Se essas políticas forem tão severas quanto anunciado, o impacto poderá ser negativo para os mercados emergentes.  Elas poderão também ser prejudiciais ao comércio global, e especialmente para países como o México, o Vietnã e a Coreia do Sul. Porém, acreditamos que essas políticas possam ter um impacto menor para aquelas economias mais fechadas, como a Índia e a Indonésia, que são muito mais dependentes de dinâmicas domésticas. Achamos que a China poderia ser encaixada em ambas as categorias, já que existem partes da economia que poderiam ser prejudicadas e partes do país que poderiam, na realidade, ser beneficiadas.

Apesar da incerteza em torno das futuras políticas da administração Trump, tem havido algum otimismo com relação à sua vitória nas eleições. Esse otimismo gira em torno das ideias de menos regulação, de mais estímulo fiscal e da possibilidade de fortes políticas pró-crescimento, que podem ajudar a economia norte-americana. Se esse for o caso, e ocorrer um forte crescimento, os mercados emergentes poderão se beneficiar dessa situação nos Estados Unidos. A vitória de Trump também pode vir a ser positiva, à medida que as relações entre os EUA e alguns países dos mercados emergentes talvez sejam colocadas em uma situação mais realista. As sanções contra a Rússia podem ser revogadas e uma negociação com a China pode ser feita, para que um grau maior de reciprocidade seja instituído. Em geral, imagina-se que o impulso seja a favor de acordos bilaterais, no lugar de multilaterais, com ênfase nos acordos recíprocos.

Somos da opinião de que os fundamentos das ações dos mercados emergentes permanecem atraentes, e de que as avaliações também estão favoráveis, quando comparadas aos mercados desenvolvidos. Aguardamos ansiosamente pelas oportunidades que 2017 trará.

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Os comentários, as opiniões e as análises do Mark Mobius são apenas para fins informativos e não devem ser considerados como uma consultoria de investimento, uma recomendação para investir em qualquer ativo ou para adotar qualquer estratégia de investimento. Uma vez que as condições econômicas e de mercado estão sujeitas a mudanças rápidas, as opiniões, as análises e os comentários são oferecidos com base na data da publicação e podem ser alterados sem aviso prévio. Este material não tem como objetivo ser uma análise completa de todos os fatos importantes em relação a qualquer país, região, mercado, setor, investimento ou estratégia.

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1. Fonte: Com base nos índices MSI Emerging Markets e MSCI World Markets. O MSCI Emerging Markets Index representa empresas de alta e média capitalização de 23 países dos mercados emergentes. O MSCI World Index representa empresas de alta e média capitalização de 23 países dos mercados desenvolvidos. Índices não são gerenciados e não se pode investir diretamente em um índice. Eles não incluem taxas, despesas ou encargos de venda. Performance passada não é indicação nem garantia de performance futura.

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2. Ibid.

3. O MSCI Frontier Markets Index representa empresas de alta e média capitalização de 34 países dos mercados de fronteira. Índices não são gerenciados e não se pode investir diretamente em um índice. Eles não incluem taxas, despesas ou encargos de venda. Performance passada não é indicação nem garantia de performance futura.

Mark Mobius Possui mais de 40 anos de atuação em mercados emergentes em todo o mundo e atualmente é o presidente-executivo da Templeton Emerging Markets Group. Ao longo de sua carreira recebeu diversas premiações, com destaque para uma das 50 pessoas mais influentes do mundo pela revista Bloomberg Markets, em 2011; e uma das 100 pessoas mais poderosas e influentes, pela Asiamoney, em 2006. Formado pela Boston University, é Ph.D. em economia e ciências políticas pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

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