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A decisão de Trump que favorece o rali do Urânio – e que quase ninguém viu

Todos os fundamentos parecem indicar para um único caminho para o preço do urânio: para cima, e muito!
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Já no final de semana, fora do radar da maioria dos investidores, o presidente Trump finalmente tomou a decisão a respeito da Section 232, sobre a qual já falamos várias vezes.

E o resultado não poderia ter sido melhor: basicamente o presidente não concedeu às mineradoras a reserva de mercado que elas haviam solicitado na petição, entendendo que não há uma ameaça à segurança nacional (base do pedido protocolado por elas), mas foi solidário a elas e anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para o Combustível Nuclear, que tem como propósito desenvolver recomendações para expandir a produção de combustível nuclear no país e que deve apresentar suas conclusões em até 90 dias.

Dentre outras coisas, esse grupo de trabalho vai tentar descobrir meios de apoiar a indústria de mineração de urânio nos EUA, o que é uma excelente notícia para as mineradoras americanas.

Achei a decisão do presidente muito boa, já que agradou às geradoras de energia (utilities), ao não impedir que elas continuassem comprando o combustível (urânio) do exterior e sem obrigá-las a comprar urânio de mineradoras americanas, a um custo bem mais alto.

Além disso, a decisão da Casa Branca também agradou às mineradoras mundiais, ao não prejudicar o comércio global e nem pedir um prazo de extensão para estudar melhor o assunto.

A decisão retirou a grande incerteza do setor e abriu caminho para as utilities voltarem ao mercado e retomarem contratações. Lembrando que elas estão sem firmar novos contratos há um ano e meio e que o ciclo do urânio, da mina até dentro do reator, leva entre 1,5 e 2 anos. Como os estoques estão em níveis baixos (e olhamos para os estoques móveis), agora poderemos descobrir realmente onde está o preço do metal – e, definitivamente, não está em US$ 25/libra.

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Como mencionei na nossa carta trimestral (leia aqui), agora, com o principal entrave fora do caminho, voltamos a prestar atenção no que realmente importa: a dinâmica do setor.

Hoje temos um aumento sistemático na demanda, redução na oferta, estoques nas mínimas dos últimos 20 anos, um comprador final indiferente ao preço e o custo de produção a praticamente igual ao dobro do preço de venda do metal. Assim, todos os fundamentos parecem indicar para um único caminho para o preço do urânio: para cima, e muito!

Disclaimer: Esse texto reflete a opinião do autor e não constitui uma sugestão, recomendação, indicação e/ou aconselhamento de investimento. Nenhuma decisão de investimento deve ser tomada com base nas informações ora apresentadas, cabendo unicamente ao investidor a responsabilidade sobre qualquer decisão que venha a tomar.

O autor detém e negocia ativos ligados ao assunto abordado em sua carteira proprietária e/ou na de clientes sob sua gestão remunerada.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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