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Crescimento da energia nuclear dá novo gás para a melhor oportunidade de investimento do momento

O urânio produz uma energia limpa, segura e barata. Os japoneses já descobriram isso, após um aumento no preço da energia e de emissões de gás estufa.
Por  Marcelo López
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O Japão deve importar 10% menos gás natural liquefeito (LNG) em 2019 do que em 2018. Isso porque mais 5 reatores nucleares foram religados no país, perfazendo hoje um total de 9 em funcionamento. Outros 17 estão com pedidos de aprovação para serem reativados e conectados ao sistema elétrico do país.

A importância dessa notícia é que o Japão deixará de emitir cerca de 1,18 bilhão de toneladas de CO² na atmosfera para cada terawatt-hora (TWh) produzido, sem contar com o metano, um dos principais componentes do gás natural e potente gás estufa – até 34 vezes mais impactante que o dióxido de carbono.

Uma coisa que poucos sabem e sobre a qual os especialistas não comentam é que boa parte (pode chegar a 9%) do gás natural “escapa” para a atmosfera, anulando os benefícios para o meio ambiente que a substituição do carvão pelo mesmo pode trazer.

Contrariando o senso comum, geradores nucleares produzem uma energia limpa, barata e segura. Comparada às usinas que usam o petróleo, carvão e outras fontes, o número de acidentes em plantas atômicas é muito menor, apesar da diferença de atenção midiática.

Toda matriz energética limpa deveria considerar o urânio como parte sustentável de uma cesta de tecnologias. Sou fã da energia solar e entendo a importância da energia eólica, mas ainda não são tão eficientes quanto a energia atômica nem são capazes de fornecer a carga-base da rede elétrica. Energia atômica é produzida constantemente, de dia e de noite, esteja ventando ou não.

O Japão está retomando o projeto nuclear após o acidente de Fukushima, em 2011. A intenção é chegar a 20-22% de toda a geração de energia no país em 2030. Depois do fechamento de todos os reatores no país, os preços da energia elétrica dispararam, causando perda de competitividade nas fábricas, aumento dos custos para a população e de emissões de gases nocivos à saúde.

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Após o impacto inicial e o desligamento dos reatores, os japoneses deram a meia-volta e decidiram investir novamente em energia nuclear. Todas as vantagens competitivas desse tipo de fonte energética e a atitude nipônica são apenas parte do que enxergo como driver para o que considero ser a melhor oportunidade de investimento do momento: o urânio.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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