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O que a euforia com a Argentina e o fiasco Madoff têm a ensinar sobre o seus investimentos

Madoff, subprime, Argentina e outros têm muito em comum...
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Já escrevi algumas vezes sobre a Argentina e a emissão de 100 anos que ela fez no ano passado, mas vale a pena revisitar o assunto. A queridinha do mercado no ano passado emitiu bonds (títulos da dívida) e a emissão foi um sucesso. O negócio teve uma demanda muito superior à oferta e os títulos já foram negociados com uma alta substancial. Os bons ventos voltaram a soprar para os Hermanos.

Hoje os investidores estão com medo da Argentina e estão vendendo os bonds, que chegaram a 108 no ano passado e agora estão abaixo de 80. O que mudou da Argentina do ano passado para a Argentina desse ano?

Na minha opinião, nada. O país continua com uma dívida alta, inflação acima de 25% e um Banco Central que está queimando reservas rapidamente. Nada disso era novidade no ano passado, quando escrevi sobre o assunto.

Olhando para outro lado, também há o risco de se investir em ações hoje. Para mencionar um caso, mais de 20% das empresas listadas no índice Russell 2000 e quase 10% das empresas listadas no índice S&P 500 precisam pegar dinheiro emprestado somente para pagar juros sobre as dívidas que possuem! Pense sobre isso, uma situação totalmente insustentável, mas o mercado parece não se importar…

Mas nós devemos nos importar. E muito!

Muitos leitores me dirão: mas eu nunca compraria um bond de um país com histórico de default e hiperinflação ou investiria em uma empresa deficitária. E eu acredito e aplaudo, mas o problema é outro.

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Grandes instituições como JP Morgan, Invesco e Fidelity emprestaram dinheiro para a Argentina. Grandes fundos e ETFs estão comprando ações sem se importar com o preço ou com os aspectos fundamentalistas de tais empresas. Apesar de fazermos o dever de casa e evitarmos esse tipo de risco, alguma contraparte pode fazê-lo, nos pondo em risco sem que saibamos.

Não precisamos voltar muito tempo no passado não. Na época da crise do subprime, várias instituições, fundos de pensão e outros investidores qualificados, que só poderiam investir em títulos de altíssimo nível (AAA), se viram emprestando recursos para pessoas sem a menor condição de obter crédito para a compra de casas que não valiam nem a metade do preço pelo que foram vendidas. Pensionistas viram suas economias sofrerem um grande impacto acreditando que estavam investidos nos produtos mais seguros do mercado.

Às vezes estamos expostos à falta de critérios de outros.

E o fiasco Madoff? Muitas pessoas perderam dinheiro com ele sem nunca terem ouvido falar nele. Mas os fundos em que eles estavam investidos, investiam os recursos em algum feeder que comprava cotas do fundo de Madoff.

O mercado financeiro hoje é bastante interconectado e não conseguimos tirar 100% do risco da estupidez de algum participante, especialmente se for um grande banco ou instituição. E sabemos como são bons em privatizar os ganhos e socializar os prejuízos.

Assim, é importante saber onde estamos colocando nossos recursos e ter em mente os riscos no sistema financeiro hoje em dia.

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Estamos começando a investir em bonds e ações preferenciais de curto-prazo. Conseguimos algum retorno com isso (nada para se gabar) mas pelo menos sabemos onde está o nosso risco. A chance de termos uma surpresa com algum evento imprevisível é menor.

Deste modo, mantemos nossa liquidez e conseguimos um pequeno retorno, enquanto aguardamos o desenrolar da história e as oportunidades que virão.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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