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Semana teve de volatilidade a polêmica com WhatsApp. E Eu Com Isso?

O destaque fica por conta dos bastidores políticos. Os olhos estarão atentos às pesquisas e ao desenrolar da polêmica sobre a denúncia sobre o uso ilegal de financiamento de empresários à campanha
Por  Glenda Ferreira
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Tensões externas e Ibovespa em modo cautela

Os mercados externos trabalharam sob tensão na segunda-feira (15). Dessa vez, o atrito foi entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, após o desaparecimento de um jornalista oposicionista do governo do país do Oriente Médio. Com isso, o petróleo seguiu em escala crescente devido ao clima tenso, dado que a Arábia é um grande e muito importante produtor de óleo.

Na terça (16), o mercado externo seguiu mais calmo após uma segunda-feira de tensão e quedas.  Já no mercado local, os próximos dias até o domingo de eleições seguirão com o político ditando o ritmo. Na pesquisa Ibope divulgada na segunda (15), a vantagem de Bolsonaro foi confirmada novamente (são 18 pontos à frente de Haddad). 

Na quarta (17), o mercado local viu com ânimo a fala do candidato Jair Bolsonaro, que defendeu o tripé macroeconômico e que apresenta uma equipe econômica de confiança. Além disso, foi divulgado pelo BC o IBC-Br de agosto. O número, que é a prévia do PIB, mostrou alta de 0,47 por cento em relação ao mês de julho, acima do esperado pela Levante.

Quinta (18) apresentou um clima de cautela nos principais mercados do mundo, que digeriram a ata do Fomc divulgada na tarde de quarta (17), com fortes sinais de mais uma alta dos juros nos EUA em dezembro e possivelmente outros aumentos no próximo ano.

Nesta sexta (19), o destaque ficou por conta do PIB chinês, que apesar de ser o menor crescimento trimestral em 9 anos, ficou em alta de 6,5 por cento (praticamente em linha do esperado). É uma confirmação da desaceleração do gigante asiático. Por aqui, o candidato reformista Bolsonaro foi citado em uma reportagem da Folha de S.Paulo sobre uma possível interferência de empresas na campanha eleitoral via WhatsApp, fato que está movimentando juristas e dando o que falar.

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E Eu Com Isso?

A semana começou com o mercado local se descolando do cenário externo, já que a Bovespa teve uma alta de 0,53 por cento., Na terça, a Bolsa brasileira chegou a uma alta expressiva de 2,83. Por outro lado, o dólar apresentou uma forte tendência de queda, chegando a bater os 3,68 reais, a menor cotação em 5 meses. 

Mais uma vez, o destaque fica por conta dos bastidores políticos. Os olhos estarão atentos às pesquisas e ao desenrolar da polêmica sobre a denúncia sobre o uso ilegal de financiamento de empresários à campanha de Bolsonaro.

 

Comando da Câmara em disputa

Apesar das eleições ainda não terem acabado, a Presidência da Câmara dos Deputados a partir do ano que vem já está em disputa. O PSL, dono da segunda maior bancada na nova disposição do Congresso, quer presidir o parlamento. No entanto, o Centrão já reagiu à ideia: dirigentes do grupo ameaçaram declarar oposição a Bolsonaro em um eventual governo se o partido insistir no nome de seu filho para presidir a Casa. Partidos como DEM, PP, PR, PRB e SD querem reeleger Rodrigo Maia para o cargo.

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E Eu Com Isso?

Nos bastidores, a vitória do candidato do PSL para o Planalto já é certa. Por isso, as articulações no legislativo já começam. Nomes do PSL, como Joice Hasselmann, Eduardo Bolsonaro e Luciano Bivar já foram cogitados, mas enfrentarão resistências de possíveis aliados. O presidente da Câmara dos Deputados é fundamental para articular as pautas que serão votadas e buscar apoio suficiente para aprovação destas.

 

Aceno de ex-presidente para Haddad

O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso trocou acenos com o candidato à Presidência da República, Fernando Haddad. Em entrevista publicada no domingo (14), FHC afirmou que existe uma “porta” para o diálogo entre os dois. Haddad, aproveitando a entrevista, declarou: “Existe um muro que separa FHC de Bolsonaro. De mim, é uma porta”.

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E Eu Com Isso?

Nessa campanha de segundo turno, o petista vem buscando se aproximar do centro político para obter o máximo de eleitorado possível. Os acenos a Fernando Henrique são parte dessa estratégia para deslocar Bolsonaro para a opção do “extremo”. No entanto, as alianças de Haddad desse segundo turno estão aquém do esperado. Até mesmo o apoio de Ciro Gomes que era dado como certo, não vai tão bem assim.

 

Gol (GOLL4) e Smiles (SMLS3) – Smiles será incorporada pela Gol

A Gol anunciou no domingo (14) uma reorganização societária cujo principal objetivo é a incorporação da Smiles. Além disso, a Gol também informou que não pretende renovar o contrato com a sua empresa de fidelidade (Smiles), que vence em 2032.

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A Smiles será incorporada pela Gol com a emissão de novas ações preferenciais e uma parte com ações resgatáveis em dinheiro.

Em uma segunda etapa, haverá um aumento de capital da Gol e migração para o Novo Mercado da B3.

E Eu Com Isso?

A notícia é negativa para os acionistas da Smiles, com impacto negativo no preço das ações (SMLS3) no curto prazo. O impacto é neutro para as ações da Gol (GOLL4).

A Gol seguiu o mesmo caminho da Latam, que rescindiu o acordo da companhia aérea com a sua empresa de fidelidade Multiplus. Porém, ressaltamos que o impacto para os acionistas da Smiles é diferente do que o dos acionistas da Multiplus.

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Os atuais acionistas da Smiles receberão em troca ações atuais da Gol (GOLL4) e uma parte em dinheiro (proporção ainda a ser definida). Será criada uma nova estrutura societária na Gol com unificação da base acionárias das duas empresas.

O preço de troca ainda não está definido e a reorganização societária deverá ser aprovada em Assembleia de Acionistas devidamente embasada por relatórios de avaliação independente.

No caso de a reorganização societária não ser aprovada pelos acionistas, a Gol poderá fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) da Smiles.

Independentemente dos termos de troca, para os acionistas da Smiles: “daqui pra frente tudo será diferente”. O setor de empresas de fidelidade de companhias aéreas teve vida curta na bolsa de valores.

 

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3) – Cade aprova fusão

Na última quinta-feira (11), após o fechamento dos mercados, o Cade (órgão de defesa econômica brasileira) aprovou a operação de fusão entre as produtoras de celulose Suzano e Fibria sem qualquer tipo de restrição.

E Eu Com Isso?

A notícia é positiva para as ações da Suzano (SUZB3) e da Fibria (FIBR3). Com isso, esperamos um impacto positivo no preço das ações da Suzano (SUZB3) no curto prazo. 

Era esperado que a fusão fosse aprovada com restrições pelo órgão brasileiro em relação às atividades de geração de energia elétrica, florestal e venda de madeira. No entanto, a fusão foi aprovada sem qualquer tipo de restrição, o que nos surpreendeu positivamente. 

A nova empresa será a maior produtora de celulose de mercado do mundo, e a maior parte de sua produção é voltada à exportação.

A operação já foi aprovada pelos órgãos de defesa da concorrência dos Estados Unidos, China, Turquia, e agora Brasil. Na Europa, o pedido foi realizado recentemente.

Assim que aprovado em todos os países, a Suzano irá listar suas ações na Bolsa dos EUA na forma de ADRs (recibos de ações – american depositary receipts).

 

Eletrobras (ELET3 e ELET6) – Governo não desiste do leilão de distribuidora da Eletrobras

O Governo Federal não desistiu de fazer o leilão da distribuidora de energia do Estado do Amazonas marcado para a próxima semana. Nem mesmo a rejeição do Projeto de Lei (PL) na quarta-feira (17) no Senado Federal, que era importante para solucionar os passivos das distribuidoras, foi suficiente para mudar o cronograma do leilão.

O Ministério de Minas e Energia (MME) está analisando uma possível saída e deve se posicionar até a próxima sexta-feira.

E Eu Com Isso?

A notícia de que o Senado rejeitou o projeto de lei foi mal recebida pelo mercado, com queda de 5,4 por cento nas ações da Eletrobras (ELET6) nesta quarta-feira (17). No entanto, a realização do leilão é uma boa notícia para a Eletrobras, com impacto positivo no preço das ações (ELET3 e ELET6) no curto prazo.

Ressaltamos a forte volatilidade no preço das ações da Eletrobras no curto prazo devido às idas e vindas do processo de venda das duas distribuidoras de energia elétrica, mas também à definição da corrida presidencial, visto que os candidatos possuem intenções opostas para as estatais. Os dois pontos são os principais catalisadores das ações no curto prazo e evento importante a ser monitorado.

A grande favorita para levar a Amazonas Energia é a Equatorial (EQTL3), que tem experiência em turnaround de ativos e já levou a distribuidora do Piauí (Cepisa).

 

Petrobras (PETR3 e PETR4) – Venda de ativos em estágio avançado

A Petrobras possui 12 negócios avançados no processo de venda de ativos, dos quais a Transportadora Associada de Gás (TAG) é o principal destaque. 

A meta da companhia é levantar 21 bilhões de dólares no processo de venda dos ativos no biênio 2017-2018, sendo que 5,7 bilhões já foram realizados até o momento. A TAG reúne os gasodutos no Norte e Nordeste e pode valer em torno de 8 bilhões de dólares, equivalente a 40 por cento da meta de venda de ativos.

E Eu Com Isso?

O processo de venda de ativos é um dos principais catalisadores para as ações da Petrobras, mas acabou ficando travado depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proferida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que proibiu a venda de estatais sem o aval do Congresso.

Para superar a decisão do STF, o governo e a Petrobras utilizarão o argumento de um dispositivo presente na Lei do Petróleo para efetuar a venda. Para isso, será solicitado um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) para confirmar o entendimento. É necessário frisar que a AGU já concedeu um parecer semelhante no caso da venda de ativos da Eletrobras.

Acreditamos que alguma venda de ativo pode acontecer ainda em 2018, após a definição da corrida eleitoral. O evento é muito importante e deve ser monitorado. 

Além disso, a provável vitória do candidato reformista Jair Bolsonaro destravará uma série de reformas e privatizações que impactarão as empresas estatais – ainda mais com o forte apoio que o candidato terá no Congresso no próximo mandato.

 

Cyrela (CYRE3) – Resultado operacional do trimestre

A Cyrela divulgou um bom resultado operacional no terceiro trimestre. O destaque positivo ficou por conta da retomada do volume de lançamentos, que totalizou 711 milhões de reais no trimestre e 1,6 bilhões de reais nos nove primeiros meses de 2018, um aumento de 18 por cento em relação ao mesmo período de 2017.

No lado positivo, as vendas líquidas apresentaram bom desempenho no terceiro trimestre e atingiram 688 milhões de reais. No acumulado de 2018, as vendas líquidas somaram 1,78 bilhões de reais, um aumento de 19,9 por cento relação ao ano anterior.

E Eu Com Isso?

Esperamos impacto positivo no preço das ações da Cyrela (CYRE3) no curto prazo.

A companhia vendeu 163 milhões de estoque pronto no trimestre (17,3 por cento das vendas totais) e manteve controlado os cancelamentos de vendas (distratos).

O indicador de velocidade de vendas nos últimos 12 meses melhorou de 32,7 por cento no terceiro trimestre de 2017 para 39,4 por cento no mesmo período de 2018.

O momento começa a ficar mais positivo para as construtoras mais voltadas ao segmento de média e alta renda como a Cyrela, com a retomada do setor imobiliário, que tem ciclo bastante longo e sofreu bastante nos últimos anos.

Acreditamos que pode haver um aumento no volume de lançamentos no quarto trimestre de 2018, que historicamente responde por 60 por cento do volume de lançamentos do ano.

A Cyrela possui baixo nível de endividamento, com relação dívida líquida/PL de apenas 15 por cento em junho de 2018 e forte geração de caixa, que somou 363 milhões de reais no primeiro semestre de 2018, o que pode levar ao aumento do pagamento de dividendos.

O principal catalisador para a companhia e para o setor imobiliário fica por conta da retomada do emprego, confiança do consumidor e ampla oferta de crédito imobiliário.

 

Privatizações de estatais mineiras podem não ocorrer

O resultado das eleições para o governo no Estado de Minas Gerais surpreendeu a todos no primeiro turno, colocando o candidato do partido Novo (Zema) como favorito na disputa pelo governo.

O posicionamento de Zema surpreendeu mais ainda, já que ele disse que as privatizações das principais estatais mineiras devem demorar mais que o necessário, ou até mesmo que não sejam necessárias no futuro, atribuindo o baixo valor de mercado das estatais a má gerência.

E Eu Com Isso?

A notícia é negativa para as ações de empresas estatais mineiras, principalmente Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) no curto prazo.

Desde o início de outubro, as ações as ações da Cemig (CMIG4) acumulam alta de 49 por cento. Na mesma esteira, as ações da Copasa (CSMG4) acumulam alta 33 por cento. O forte movimento de alta ocorreu em função da possível e provável vitória de um candidato comprometido com as privatizações.

Além da valorização de mercado, as ações das duas estatais apresentaram um forte aumento no volume de negócios, mais que dobrando os volumes no mês de outubro na comparação com o mês anterior.

No momento, o comentário joga um balde de água fria no mercado. No entanto, as idas e vindas fazem parte do jogo político brasileiro, e mesmo com o posicionamento atual do favorito ao governo de Minas Gerais, as privatizações voltarão aos holofotes em breve. O problema fiscal no Estado é grave e os recursos com as privatizações seriam de suma importância para contornar a situação.

 

Eu vou fazer um feirão

Os bancos já estão divulgando a agenda dos próximos feirões de renegociação de dívidas. O Santander promoverá o feirão “Acerto de Contas” até sexta (19) e o Itaú Unibanco até o fim de dezembro, com o “Feirão da Negociação”, que acontece nas agências bancárias em todo o país. Já quem tem conta nos demais bancos ainda não há previsão, mas os clientes podem sempre contar com a negociação via centrais de atendimento e agências.

E Eu Com Isso?

Com a proximidade do pagamento da parcela do 13º salário e bônus, quem está endividado não deve medir esforços para renegociar as suas dívidas, especialmente nessas oportunidades que oferecem descontos ainda mais atrativos – apenas as taxas podem ser reduzidas em 20 por cento. E ainda é possível trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, já que a Selic caiu.

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