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Definhando até a insignificância

Um furacão passou por um dos mais tradicionais grupos da história da democracia brasileira e deixou estragos assustadores
Por  Felipe Berenguer
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Exatamente no capítulo 8 do livro II de “Ética a Nicômaco”, o conhecido filósofo Aristóteles caracteriza o homem virtuoso. Este homem seria alguém sem conflitos morais. Que conseguisse buscar a felicidade de forma racional, sempre prezando por hábitos e ações cotidianas equilibradas.

Alguém dotado de virtude, para o filósofo, não teria dificuldades em julgar e avaliar determinada situação para que sua resolução fosse a mais adequada para ele mesmo (segundo sua ética) e que realizasse o bem para si e para os outros.

Por outro lado, hábitos excessivos ou carentes configurariam vícios que atrasam o indivíduo em sua busca pela felicidade. Tomando como exemplo, a calma seria a virtude (meio termo) contraposta à apatia (vício por falta), mas também à fúria (vício por excesso).

Acontece que, para o grego, o homem – com seus vícios e/ou virtudes – é um animal político, uma vez que sua conduta ética e suas escolhas serão, inevitavelmente, julgadas pela sociedade. Logo, também seria na sociedade que os seres humanos alcançariam a felicidade. Assim, ética e política seriam, de fato, inseparáveis.

O Partido da Social Democracia Brasileira parece não conseguir mais usar da virtude para conduzir suas ações. Com o resultado do primeiro turno das eleições deste ano, fica evidente que os tucanos largaram faz tempo o equilíbrio.

Completamente rachado, o PSDB se reduz às brigas internas, aos ‘disse me disse’, à falta de foco e estratégia. Seus líderes atuais definitivamente não são homens virtuosos. Parecem incapazes (ou desinteressados) de realizar o bem para si e para os outros ao mesmo tempo.

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Um furacão passou por um dos mais tradicionais grupos da história da democracia brasileira e deixou estragos assustadores.

Começando da oposição manquitola desempenhada pelos tucanos durante doze longos anos de hegemonia petista na Presidência da República e no Congresso, passando pelo desesperado apoio ao impeachment de Dilma Rousseff e, agora, desembocando em figuras importantes do partido sendo presas e condenadas – Beto Richa, Aécio Neves, Marconi Perillo… – a provável pá de cal veio no desastroso resultado peessedebista do primeiro turno.

Vejamos: nos governos estaduais, nenhum tucano levou no primeiro turno. Para o segundo turno, o partido tem candidatos a governador em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rondônia e Roraima. Nos estados de Minas (com o Novo) e Roraima (com o PSL), os resultados e pesquisas indicam que os tucanos provavelmente serão derrotados pelas novas forças da direita. Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, a disputa promete ser acirrada.

Isso significa que, em um cenário muito otimista, o PSDB pode ter governadores em 5 Estados brasileiros. É exatamente o mesmo número de governadores eleitos pelo partido em 2014, antes do impeachment do seu maior oponente político, o PT.

Na Câmara dos Deputados, os tucanos reduziram sua bancada de 49 parlamentares para 29. No Senado, comparando com 2010, o partido teve dois senadores a menos eleitos. E para a Presidência da República, eu não preciso nem entrar em detalhes do fiasco.

Tudo isso em meio às diversas trocações de farpas entre importantes figuras do PSDB. Essa semana mesmo, Geraldo Alckmin insinuou que João Dória é um traidor. Há pouco tempo, Tasso Jereissati resolveu que era hora – no meio da corrida presidencial – de tornar públicas as suas opiniões sobre os erros e incongruências dos tucanos. Atitudes completamente carregadas de vícios, longe do equilíbrio da racionalidade.

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Trocando em miúdos, além da tragédia acima, o fenômeno Bolsonaro – encalacrado na garganta de uma parte da classe baixa e grande parte da classe média e alta ao redor de todo o país – engoliu o PSDB. É bem possível que o maior grupo político da centro-direita do país se torne apenas uma linha auxiliar de Bolsonaro e do PSL, se este for eleito.

Se não procurar a virtude, o partido corre risco de definhar até sua completa insignificância. O sinal amarelo já está ligado. Para além bases e movimentos da juventude do partido, a reação só virá se seus líderes deixarem a vaidade e outros vícios de lado e se comprometerem a fazer política também para o bem dos outros.

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