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Cenário Político – Como Investir em Tempo de Eleições

Investir em momentos de turbulência e alta indefinição não é tarefa fácil, especialmente no Brasil. E as eleições presidenciais de 2018 sem dúvida serão uma montanha russa de pesquisas e fortes movimentos em bolsa, dólar e juros. Mas são nestes momentos que as melhores oportunidades de investimentos se apresentam.
Por  Rafael Pacheco -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O tempo de TV e Rádio

Embora a campanha tenha começado oficialmente na última quinta-feira (16/08), a expectativa é pelo início do horário eleitoral gratuito, no dia 31/08. E a expectativa se justifica: Alckmin, o candidato preferido do mercado, terá incríveis 5m e 32s do tempo de TV e rádio, contra apenas 21s de Marina e 9s de Bolsonaro. Haddad terá 2m e 22s, e Meirelles 1m e 56s.

Apesar de todo o poder e penetração das redes sociais, o tempo de TV ainda é extremamente importante na análise da corrida presidencial. Especialmente quando consideramos que 1/3 da população brasileira ainda não está nas redes. E é essa enorme vantagem do Alckmin sobre os demais candidatos que vem mantendo o mercado relativamente calmo.

Mas quando setembro chegar, e com ele as primeiras pesquisas após o início do horário eleitoral, toda essa vantagem será posta à prova. E é a partir deste ponto que podemos ter movimentos mais bruscos no mercado.

Caso as pesquisas mostrem avanço de algum candidato querido – ou ao menos tolerado – pelo mercado, como Alckmin, Meirelles e Marina, veremos altas na bolsa e queda no dólar e juros. Por outro lado, caso um cenário de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad se desenhe, certamente veremos o oposto: bolsa em forte baixa, com dólar e juros buscando novas máximas.

Que tipo de oportunidade pode surgir?

Se você acredita, como eu, na vitória de um candidato que vá manter o país na cartilha do liberalismo econômico (geração de superávit primário, reformas da previdência, tributária e política e diminuição do tamanho do estado), temos que supor que teremos um período de quatro anos (2019-2022) com crescimento sustentável, redução da dívida pública e de melhora da percepção do risco Brasil.

Note aqui que não restrinjo esse cenário à vitória do Alckmin, Meirelles ou Marina: o Bolsonaro pode muito bem fazer um governo à direita, mas liberal do ponto de vista econômico.

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Nesse cenário de crescimento econômico e responsabilidade fiscal para os próximos quatro anos, qualquer queda forte na bolsa ou alta forte nos juros são grandes oportunidades que podem se desenhar nas próximas semanas.

Por outro lado, uma eventual disparada do Alckmin nas pesquisas também seria uma grande oportunidade, pois o mercado rapidamente seria reprecificado, e provavelmente seria apenas o início de um movimento longo de alta na bolsa e queda nos juros.

E como aproveitar essas oportunidades?

Assumir posições em compradas em bolsa e prefixar taxas de juros são as duas melhores maneiras de aproveitar esse movimento. Embora o dólar, assim como os juros, também tenda a cair após o stress eleitoral, há diversas questões externas pressionando as moedas dos países emergentes como um todo, o que torna posições vendidas em dólar bastante arriscadas, mesmo num desfecho eleitoral favorável.

Posições compradas em bolsa podem ser feitas na forma da compra direta de ações, aplicação em fundos multimercado do tipo long-biased, ou ainda em fundos de ações puros, os FIAs.

Para precificar as taxas de juros, por outro lado, pode-se comprar títulos prefixados puros ou IPCA+, na forma de CDBs, CRIs, CRAs ou títulos públicos.

Se você já possuir títulos pós-fixados e não quiser se desfazer deles para comprar títulos prefixados, uma ótima alternativa é fazer operações de SWAP, que na prática transformam o seu título pós-fixado em prefixado, sem nenhum desembolso financeiro adicional.

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Como me proteger?

Se você, por outro lado, não acredita num cenário econômico positivo para os próximos anos, ou deseja proteger uma parte do seu patrimônio do risco eleitoral, os COEs são uma excelente opção, pois viabilizam o investimento 100% no exterior, sem nenhum tipo de risco Brasil, com diversas opções de empresas e fundos subjacentes.

Seja qual for a sua opinião sobre o resultado das eleições, conte sempre com o atendimento de um assessor de investimentos de confiança. Ele certamente lhe fornecerá as opções mais adequadas ao seu perfil para rentabilizar e proteger seu patrimônio.

Rafael Pacheco atua no mercado de capitais desde 2009. Formado em Engenharia pela POLI-USP, possui a Certificação Internacional de Planejamento Financeiro – CFP (Certified Financial Planner). Atualmente é sócio e assessor de investimentos na Monte Bravo.

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