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Será que ainda existe alguma economia capitalista no mundo?

O fato é que essa instituição tão privilegiada chamada banco central constitui um monopólio absurdo que dá poderes descomunais a um pequeno grupo de burocratas para praticamente guiarem nossas vidas
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Há exatos 50 anos, foi fundado o Reserve Bank of Australia, RBA, o Banco Central Australiano. Aproveito o momento de “comemoração” para lembrar a todos o que é um banco central e qual o propósito de tal instituição.

Bancos Centrais são instituições público-privadas que detêm exclusivamente o poder de ditar qual será a taxa de juros do país e de emitir moeda. Por isso mesmo, o BC é de suma importância para qualquer país.

A taxa de juros nada mais é do que o custo do dinheiro. É ela que define quanto vai custar aquele carro financiado, a hipoteca de uma casa, as prestações de algum bem que compramos a crédito ou se vamos ter mesmo um emprego. Além, é claro, de ser determinante na precificação de ativos. Tamanha é a sua importância para a economia e para o mercado financeiro, que existem vários “experts” que tentam prevê-la.

Contudo, a sua determinação não se dá por meio do livre mercado, e sim por meio da decisão incontestável de um comitê de burocratas não eleitos pelo povo, que se reúnem de tempos em tempos para determiná-la. Pode parecer coisa da ex-União Soviética, mas esse é o tal “regime capitalista” em que vivemos hoje.

Bem importante também é a capacidade de imprimir moeda. Imagina quanto não vale ter o poder de criar sua própria moeda do nada, bastando apenas um lançamento contábil e pronto.

Vimos na última crise nos EUA o que aconteceu: vários bancos quebraram após a crise de 2007-08, mas o FED, banco central americano, imprimiu trilhões de dólares para resgatar alguns deles.

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Alguém já se perguntou porque alguns foram resgatados (JP Morgan, Citi, Goldman Sachs) enquanto outros não (Bear Stearns, Lehman Brothers e milhares de outros)? Too big to fail? I don’t think so… Acontece que alguns são amigos do rei (ou seus donos, no caso dos BCs), outros não.

O capitalismo clientelista, no final das contas, não se restringe unicamente aos episódios escandalosos envolvendo empreiteiras brasileiras.

É interessante lembrar que os EUA já tiveram 2 Bancos Centrais, que foram extintos após abusos extremos e desvalorizações das moedas. O dólar mesmo, essa moeda famosa que todos conhecemos, já perdeu mais de 95% do seu poder de compra desde a fundação do terceiro banco central americano, o FED.

Por sinal, a sua criação só ocorreu após algumas tentativas frustradas no apagar das luzes e quase no Natal em dezembro de 1913. A população não aceitava mais um banco central, então tiveram que mudar o nome para Federal Reserve, para desvincular a ideia de controle privado.

Infelizmente, estamos tão imersos na Matrix, que não conseguimos mais enxergar e já não nos perguntamos mais sobre o sentido de ser e existir de várias coisas. O fato é que essa instituição tão privilegiada chamada banco central constitui um monopólio absurdo que dá poderes descomunais a um pequeno grupo de burocratas para praticamente guiarem nossas vidas. Uma verdadeira economia liberal e honesta não poderia tolerar tal abuso.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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