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Novas ferramentas criam ambiente de mais participação popular pela aprovação da Nova Previdência

Nem todas as pessoas têm condição de ir a Brasília para fazer o corpo a corpo com os congressistas. Por outro lado, elas têm o poder de realizar mudanças que vão além do voto
Por  Equipe InfoMoney
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

por Luana Tavares, diretora executiva do CLP – Liderança Pública

No próximo mês completam-se seis anos da manifestação que levou 1,25 milhão de pessoas às ruas de 130 cidades brasileiras. O dia 20 foi um autêntico movimento de resistência e que registrou o maior ato de junho de 2013. Marcada pela forte presença de jovens, reuniu no mesmo espaço público integrantes de movimentos que defendiam a manifestação como uma ação política e uma massa de indignados com a política e com a ação governamental.

A mobilização, iniciada como um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e CPTM em São Paulo, cresceu proporcionalmente a diversidade de pautas dos que ali reivindicavam: habitação, saúde, transporte, educação, corrupção, ausência de partidos, de lideranças e de propostas claras. O movimento era múltiplo em seu foco e em sua composição, resultando ainda de uma nova forma de mobilização na esfera pública, por meio das redes sociais.

A onda de manifestações trouxe à tona a crise da representação política, colocando em dúvida a legitimidade dos partidos políticos, enquanto agentes de representação de interesses, em corresponder efetivamente às demandas societárias. Em meio a esta conjuntura, a renovação das elites partidárias e a conexão com a juventude se tornam fundamentais para que as legendas possam se oxigenar e, consequentemente, se reaproximar da sociedade.

Ao mesmo tempo, num contexto marcado pela emergência de novas formas alternativas de participação política, são empresários, ONG’s e movimentos cívicos que estão assumindo o papel de protagonistas no sentido de atuar pelos interesses da população. Eles estão mostrando que é possível um cidadão comum, conectado a outros, fazer a diferença e mudar o Brasil.

O chamado para o engajamento pode vir de diversas formas. Por meio do ‘Apoie a Reforma’, o CLP – Liderança Pública e outras instituições* estão criando uma plataforma que congrega pessoas e instituições para gerar conteúdo e a se posicionar por uma reforma da previdência, mais sustentável, igualitária e justa.
A ideia é esmiuçar por meio de artigos, vídeos, estudos e mitos e verdades que a reforma da Previdência é uma necessidade vital nas contas do governo e com isso garantir um futuro digno para as próximas gerações de aposentados. O trabalho é oferecido gratuitamente e tem só um objetivo: melhorar o Brasil. Mesmo depois de dois anos de debate, ainda há quem insista em negar o inegável: o rombo da Previdência é gigantesco, e não para de crescer.

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Em paralelo, movimentos sociais como o Vem Pra Rua e o Nas Ruas lançaram recentemente uma ferramenta que mostra a posição de deputados federais e senadores em relação à reforma da Previdência. O Mapa da Previdência permite também que os eleitores entrem em contato direto com seus representantes, na tentativa de influenciar o voto dos parlamentares, via redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter), além de e-mail e até telefone do gabinete do senador ou deputado.

Além da posição sobre a reforma previdenciária e dos contatos dos parlamentares, o Mapa avança no campo da transparência, reunindo informações sobre os parlamentares, como eventuais processos no STF, evolução patrimonial e declaração de bens. É o momento de a sociedade conhecer quem é contra e quem é a favor da Previdência. Mais do que isso, essa participação popular é uma tendência que pode gerar um novo tipo de relação com os poderes. É uma alternativa para o brasileiro que quer ajudar, mas não sabe como fazê-lo.
Nem todas as pessoas têm condição de ir a Brasília para fazer o corpo a corpo com os congressistas. Por outro lado, elas têm o poder de realizar mudanças que vão além do voto. É preciso que instrumentos de pressão, previstos em lei, sejam ampliados, para que a participação e a mobilização popular possam, enfim, se tornar plenamente efetivas na defesa dos interesses comuns da população.

* Luana Tavares, diretora executiva do CLP – Liderança Pública é pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV com especialização Gestão Pública e Desenvolvimento de Lideranças, ambas pela Harvard Kennedy School.

* Instituições do Apoie a Reforma (4E, ABRAINC, ADIT, ADVB, AELO, Anamaco, CACB, Caramuru Alimentos, IBRI, IFL-SP, Inspire Capital, Instituto Foodservice Brasil, LIDE Ceará, Mauá Capital, Moreau Advogados, SECOVI-SP, Sinduscon, Sociedade Rural Brasileira e TelComp).

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