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Por que o futuro do Brasil depende de uma visão de longo prazo

Em artigo, diretora-executiva do Centro de Liderança Pública, Luana Tavares, cita prioridades na economia, na saúda e na educação básica como parte de um plano nacional de desenvolvimento
Por  Um Brasil
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Por Luana Tavares*

O próximo presidente da República encontrará um cenário desafiador. Muitos são os problemas da Nação. Contas públicas no vermelho, altos índices de desemprego, sistemas de saúde e educação insatisfatórios, insegurança e polarização social. Para enfrentar tal tarefa, é necessária uma visão de futuro. Ou seja, é preciso construir um plano nacional de longo prazo.

O estudo “Visão Brasil 2030”, feito pela consultoria Mckinsey em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP), com a participação de mais de 150 especialistas de diferentes campos de conhecimento e de diversas correntes ideológicas, sintetiza medidas que deveriam ser prioritárias.

O primeiro passo é equilibrar as contas públicas, cortando ineficiências e regalias – a começar por uma reforma no sistema previdenciário. Afinal, hoje, a média das aposentadorias dos trabalhadores do setor público é quase oito vezes maior que a média das aposentadorias do setor privado.

Além de planejar os investimentos, é preciso focar na educação básica, com medidas para melhorar a capacitação de professores e garantir a alfabetização de qualidade. Atualmente, ocupamos a 63º colocação no ranking do Pisa (programa de avaliação internacional de estudantes), consequência dos 43% dos professores sem formação compatível com as disciplinas que lecionam e 46% dos diretores escolares escolhidos por motivos políticos.

Na saúde, para viabilizar o funcionamento pleno do Sistema Único de Saúde (SUS), é preciso priorizar medidas que acelerem a adoção de prontuários eletrônicos e investir em sistemas de atendimento básico itinerante e ações de educação e saneamento básico para prevenir doenças. Assim, os gastos serão otimizados e a qualidade dos serviços tendem a melhorar.

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Hoje, a taxa de mortalidade infantil brasileira é similar à da Venezuela, uma das piores da América Latina, e a expectativa de vida tem taxas díspares no território nacional: em média, é seis anos mais alta no Sul e no Sudeste do que no Norte e no Nordeste. Fatos que atestam um cenário complexo na saúde.

O Brasil precisa de propostas convergentes, que criem um ecossistema sustentável dos pontos de vista social, econômico e político, ultrapassando as (por vezes necessárias, mas sempre insuficientes) medidas paliativas que vêm sendo tomadas. Um plano de medidas que se sustente no longo prazo, que seja transversal às áreas estratégicas e que seja dialogado com a sociedade, de modo que possa se manter independentemente de partido ou corrente ideológica.

O novo presidente do Brasil precisa ter em mente que os resultados de um plano nacional de desenvolvimento não são imediatos. É necessário ter atitude de estadista, priorizar, calcular as perdas e ganhos e cuidar da manutenção das iniciativas, para então colher os frutos em dez ou até 20 anos.

Somente assim será possível devolver aos cidadãos a oportunidade de viver uma vida digna e nos tornarmos, de fato, uma nação de futuro.

*Luana Tavares é diretora-executiva do Centro de Liderança Pública (CLP)

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