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Política internacional deve passar despercebida nas eleições de 2018

Tema atrai poucos votos, e partidos não têm estratégias a respeito do assunto, acreditam o doutor em Direito Internacional George Niaradi e o professor de cursos de MBA do Ibmec e de Política Internacional no Curso Clio, Tanguy Baghdadi
Por  Um Brasil
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A política internacional do Brasil não deve ser assunto durante o debate eleitoral deste ano. A opinião é do especialista em Direito Internacional George Niaradi e do professor de cursos de MBA do Ibmec e de Política Internacional no Curso Clio, Tanguy Baghdadi.

Além de o tema atrair poucos votos, eles duvidam que os partidos políticos tenham estratégias a respeito do assunto. “Pouquíssimos partidos políticos têm uma consciência clara acerca de objetivos de política externa, infelizmente, e o mesmo vale quando falamos sobre alguns setores empresariais”, afirma Baghdadi.

Sem expectativas quanto a uma mudança de postura do País nas questões internacionais a curto prazo, Niaradi afirma que, independentemente de quem vença as eleições, “o desafio é como impulsionar outros setores que não sejam relacionados ao agronegócio no cenário internacional”.

Em entrevista ao UM BRASIL, os especialistas afirmam que o País precisa diversificar as parcerias comerciais e participar de discussões internacionais para não ser conhecido mundialmente apenas pelas exportações de commodities agrícolas. Contudo, grupos políticos carecem de posicionamento em relação à política externa, o que contribui para que o País seja um dos mais fechados ao comércio exterior e permaneça insignificante no debate mundial.

De acordo com Baghdadi, o Brasil tem uma agenda internacional restritiva caracterizada por poucos parceiros comerciais e baixa participação nas questões globais. No entanto, um país forte no cenário internacional é aquele que consegue se inserir em diversos temas. “A agenda brasileira tem de ser de multiplicidade. Quanto mais temas conseguirmos abordar, mais nos colocaremos como uma potência emergente”, comenta o professor do Ibmec.

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Niaradi avalia que política internacional é um assunto desconhecido do brasileiro. “Imagina-se que o Brasil seja um país aberto ao mundo, mas, definitivamente, não é”, diz. Ele compara a atuação do País à de outro emergente. “A China, embora tenha um regime político bem característico, está aberta ao mundo. Ela vai a outros países, investe, adquire empresas. Enfim, cria um sistema produtivo naquele outro país em benefício próprio.”, afirma.

Na questão comercial, Baghdadi ressalta que ter mais parceiros comerciais beneficiaria a economia brasileira e cita que os Brics (bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) poderiam ser usados com esse objetivo. “O Brasil deveria investir tanto em ter uma relação bilateral com cada um desses países – que é absolutamente fundamental se pensarmos em um país que precisa de uma diversificação de parcerias – quanto em ter laços institucionais com os Brics, porque poderíamos nos beneficiar de fundos criados com recursos chineses e indianos para infraestrutura, por exemplo”, salienta Baghdadi.

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