Fechar Ads

Brasil é uma tragédia quanto à liberdade econômica

Diretor do O’Neil Center For Global Markets and Freedom diz que País fez muito pouco para liberalizar a economia
Por  Um Brasil
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Na 150ª posição de um ranking que avalia a liberdade econômica de 159 países, o Brasil, apesar de ser menos fechado do que há algumas décadas, fez, historicamente, pouco para liberalizar a economia. A consequência disso é conviver com taxas de crescimento mais baixas. Essa é a avaliação do Diretor do O’Neil Center For Global Markets and Freedom, Robert Lawson.

Em entrevista para o UM BRASIL, realizada em parceria com o Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE), Lawson afirma que o País é um dos mais avessos à abertura da economia e à redução da interferência do Estado na sociedade.

“O Brasil é uma tragédia em vários aspectos. Enquanto a maior parte do mundo está se liberalizando radicalmente, o Brasil apenas continua o mesmo. Tem alguns altos e baixos, mas, em relação ao resto do mundo, as coisas parecem não mudar tão rápido no País”, afirma. “Praticamente o mundo todo se moveu na direção de menos impostos, mais privatizações, negócios mais livres, e o Brasil fez muito pouco disso”, completa.

O coautor do Índice de Liberdade Econômica Mundial (World Economic Freedom Index), do Fraser Institute, explica que “liberdade econômica é a liberdade de gerir a sua vida econômica sem a interferência de outras pessoas” e que o índice mede “o quanto as pessoas são livres para viver suas vidas sem interferências”.

Nesse sentido, apesar de argumentar que o Estado deve prover segurança, um sistema legal justo e realizar investimentos, Lawson diz que “o maior violador da liberdade econômica das pessoas é o governo”. “O que descobrimos e o que nos preocupa é que quando o governo faz demais dessas coisas, quando cobra impostos demais, quando faz regulações demais, ele pode tornar nossas vidas piores”, salienta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com base nos dados que apontam Hong Kong, Singapura e Nova Zelândia na liderança – e a Venezuela na última posição –, em termos de liberdade econômica, o doutor em Economia pela Universidade Estadual da Flórida (EUA) ressalta que, contrariando o senso comum, quanto mais livre for o país, mais seguro ele será. “São os países menos livres que têm mais inseguranças. Eu acho que há um mito em que as pessoas acreditam sobre como a liberdade funciona. Parece mais arriscado, mas, quando você olha para os dados, as pessoas mais livres não são as mais inseguras. Na verdade, é o contrário.”

Lawson comenta que, em geral, os países que mais se liberalizaram foram recompensados com taxas de crescimento mais elevadas. Além disso, defende que o nível de liberdade de uma nação deve ser decidido pela sociedade, e não imposto por um governo autoritário.

“Eu acho que tem a ver com o coração e a mente das pessoas. Quero dizer, os políticos fazem o que as pessoas os elegeram para fazer. Se nós elegermos políticos para aumentar impostos, eles vão aumentar impostos. Se nós elegermos políticos para privatizar estatais, é isso que eles vão fazer”, reitera.

Um Brasil Convida empresários, especialistas, pensadores e acadêmicos de todo o mundo para análises precisas e aprofundadas sobre as questões mais importantes nos cenários econômico e político do País. Uma realização da FecomercioSP, a plataforma UM BRASIL reúne uma gama variada de visões, trabalha pelo aprimoramento do senso crítico do cidadão brasileiro e funciona como um hub plural de conexão de ideias transformadoras.

Compartilhe

Mais de UM BRASIL