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Mourão, o atrevido; PT, o cara de pau

Como se vê, não falta atrevimento, mas que moral tem o Partido dos Trabalhadores?
Por  Mario Vitor Rodrigues
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Não se trata aqui de forçar a realidade ou de inventar pretextos para fustigar algum tipo de terrorismo. De fato, o general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, defendeu com todas as letras a elaboração de uma nova Constituição sem os eleitos pelo povo. Assim como é notório que o próprio candidato do PSL aventou a hipótese de aumentar o número de ministros na Suprema Corte para 21, na tentativa de encaminhar decisões.

Exemplos históricos de interferência por parte do Estado no Judiciário não faltam, mas dois em particular merecem destaque: um deles se deu aqui mesmo, em 1965, quando o governo militar mudou, com o AI-2, de 11 para 16 o número de ministros de modo a garantir maioria no STF. O outro, mais recente, na Venezuela de Hugo Chavez. Corria o ano de 2004 e o prócer do bolivarianismo resolveu alterar de 20 para 32 a quantidade de magistrados no mais importante Tribunal de lá, também com o intuito de desequilibrar o sistema em seu favor.

Como se vê, não falta atrevimento para o candidato coronel e o vice-general. Ninguém poderá alegar falta de publicidade sobre as suas intenções. Nem mesmo essa ira que tomou conta das nossas conversas servirá como justificativa para tamanho desleixo em relação a nossa própria democracia, caso Jair Bolsonaro seja eleito.

Isto posto, é de retorcer as tripas a pachorra de Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e do próprio Lula, que ultimamente não têm se furtado em alardear o perigo que as nossas instituições correm caso a vitória do outro extremo seja consumada.

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– Bolsonaro e Haddad são favoritos para o segundo turno? Quem tem mais chances de vencer? 

Ora essa, que moral tem o Partido dos Trabalhadores para sequer fazer alusão a valores democráticos? Quem são Lula, Gleisi e Haddad para recitar palavras de ordem e demonstrar preocupação com a preservação das nossas instituições, se estão há décadas fazendo malabares com elas, sempre de olho em costuras que viabilizassem o seu projeto de poder?

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Pois bem, se nada mudar até o dia 7 de outubro, eis o desafio que se avizinha para todos nós, alheios ao duelo entre polos tão raivosos quanto obtusos: de um lado, uma turma movida a bílis. Uma patota sem a menor condição de tocar um boteco, que dirá um país de dimensões e dilemas a perder de vista. Do outro, um inimigo conhecido. Dantesco, igualmente amoral e desprovido de pudores.

Um é atrevido. Talvez pela falta de traquejo, por estar habituado a ignorar conceitos básicos de humanismo, convívio e referência social. Estes últimos, é bom que se diga, em constante mutação por força da modernidade.

O outro, um cara de pau como poucos. Mestre em se esquivar de responsabilidades pelos atos e crimes que pratica, muito graças à máquina da qual dispõe na mídia e também na academia.

E ainda há quem defenda o voto útil. Como se a existência de uma opção alvissareira fosse inquestionável.

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