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Por que você deve acompanhar de perto as pesquisas presidenciais em Minas Gerais

Minas Gerais pode trazer informações preciosas sobre o que acontecerá no resto do país Historicamente, seus resultados eleitorais se aproximam do agregado nacional. Isso pode refletir um pouco da democrafia do estado, que mistura um pouco do Nordeste e do Sudeste em uma mesma região. 
Por  Ivo Chermont
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Minas Gerais é a “Ohio Brasileira”!

Ohio é considerada uma espécie de proxy dos EUA do ponto de vista eleitoral. Os resultados do Estado refletem bem o que acontece no agregado do país. Por isso, jornalistas, analistas e políticos americanos ficam de olho aberto no que acontece na região.

Assim, tentei replicar o exercício e estimar qual Estado refletia melhor o que acontecia no Brasil. Peguei todas as eleições e candidatos desde 1998 e calculei a distância média entre os resultados de cada estado e o agregado nacional.

O Estado que apresentou resultados mais próximos ao resto do país foi Minas Gerais com 2,7 p.p. de diferença por candidato. (ver gráfico abaixo). E talvez mais importante seja o fato de que a variação dessa distância em cada ano eleitoral não é grande, mantendo certa consistência.

Existem mil interpretações possíveis para esse fato. A que eu gosto mais é que a demografia do Estado resume um pouco do Brasil. O norte do Estado seria semelhante ao Nordeste, enquanto o Sul teria um pouco do Sudeste. E usualmente é na diferença entre essas duas regiões que a eleição é decidida. Então, natural que um único lugar que concentre essas duas forças seja um microcosmo do país.

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Se isso acontecerá esse ano, eu não sei. Mas, é um fato que o ano em que MG mais se distanciou do resultado nacional foi 2014 quando na média dos candidatos, o erro foi de 4,7 p.p., o que é suficiente para que eu olhe com muita atenção seus números.

E atenção!! Amanhã sairá uma pesquisa Ibope para o Estado. No último Datafolha, ainda do dia 19/09, Bolsonaro liderava no Estado por 29% x 16% em relação a Haddad, mesmos números do Ibope do dia 17/09. No 2º turno, segundo Datafolha, estava 41 x 41. Olho vivo amanhã. Não é uma pesquisa nacional, mas pode ser algo muito próximo a isso.

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*Ivo Chermont é sócio e economista-chefe da Quantitas Asset

As opiniões do autor refletem uma visão pessoal e não necessariamente da Instituição Quantitas Asset

 

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Ivo Chermont Sócio e Economista-chefe da Quantitas Asset

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