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O triste destino da empresa que já foi uma das maiores da América Latina

Noruega, Canadá, Emirados Árabes Unidos e até a imponente Arábia Saudita não eram páreo para os 301 bilhões de barris de petróleo espalhados pela Venezuela. E nem eles foram capazes de evitar a ruína do socialismo
Por  Equipe InfoMoney
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Há 20 anos, a Petróleos de Venezuela (PDVSA) vivia sua glória. O recém-eleito presidente Hugo Chávez chacoalhava a política local e a companhia extraía mais de 3 milhões de barris/dia, colocando a pátria de Bolívar no topo do ranking de países produtores de petróleo.

Noruega, Canadá, Emirados Árabes Unidos e até a imponente Arábia Saudita não eram páreo para os 301 bilhões de barris de petróleo espalhados pela Venezuela. E nem eles foram capazes de evitar a ruína do socialismo.

Mesmo sentados na maior reserva de petróleo do mundo, os venezuelanos hoje são obrigados a formar filas nos postos de combustível em busca de gasolina. Em duas décadas, a PDVSA deixou de ser uma gigante do setor, por diversas vezes a maior companhia da América Latina, para se transformar no patinho feio do continente.

Não foi fácil, mas o “socialismo do século XXI” conseguiu fazer uma petroleira flertar com a falência de uma maneira nunca antes vista na história. Uma incrível sucessão de decisões erradas que apenas governos são capazes de cometer.

Como em 2003, quando diante de uma greve geral, Hugo Chávez demitiu 20 mil trabalhadores experientes da companhia. Os dispensados deram lugar a empregados que tinham como melhor predicado sua lealdade ao bolivarianismo. A troca custou décadas de capital humano acumulado que jamais foram recuperados.

Para piorar, em um setor marcado pelo uso de capital intensivo, a PDVSA deixou de investir na produção de petróleo para abrir e manter supermercados com produtos subsidiados, consultórios, creches, escolas e toda sorte de programa social inventado pelo governo. Nas horas vagas, a petroleira ainda era obrigada a vender petróleo a preços camaradas para governos amigos.

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O arranjo fez Chávez se tornar popular dentro e fora de casa, mas arrastou a PDVSA para um buraco. Não havia dinheiro para a manutenção de equipamentos e realização de novos investimentos. A galinha dos ovos de ouro do socialismo bolivariano estava morrendo.

Para não se render aos fatos, a direção da estatal preferiu procurar governos amigos. Em um acordo com a China, garantiu 20 bilhões de dólares e se comprometeu a enviar 100 mil barris de petróleo/dia ao país asiático entre 2010 e 2020. Hoje, 36% da produção já está comprometida com o pagamento de empréstimos, mas nem isso diminuiu a sanha governamental.

Única exportadora relevante do país, a PDVSA é obrigada a vender suas divisas com deságio ao Banco Central venezuelano. O prejuízo é incorporado à companhia, que, mesmo em crise, continua subsidiando o preço da gasolina!

Sem dinheiro para realizar a manutenção dos seus equipamentos, vazamentos em poços de petróleo e oleodutos se multiplicam – e não há nenhuma previsão de melhora.

O desmoronamento da estatal e do país está causando o abandono em massa dos postos de trabalho. Os pedidos de demissão são raros: com salários corroídos pela hiperinflação, boa parte dos funcionários simplesmente desaparece e busca refúgio nos países vizinhos, inclusive o Brasil. Quando são substituídos, os novos contratados têm pouca ou nenhuma experiência.

Os antigos colaboradores que continuam no país passaram a se arriscar em novos empreendimentos. Ex-funcionários utilizam do seu conhecimento das instalações da estatal para roubar transformadores e cabos de cobre. Os produtos costumam ser trocados por comida.

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Mesmo este cenário caótico não impediu a elite socialista de continuar sugando a empresa. Com sucessivos calotes, membros do regime passaram a cobrar propina para alterar a ordem de pagamento aos fornecedores.

Nem Milton Friedman, quando disse que o governo seria capaz de fazer faltar areia no Deserto do Saara, seria capaz de imaginar um desastre dessa dimensão.

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