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O que esperar da Bolsa de Valores no mês de outubro

Em um cenário desafiador, o investidor, mais do que nunca, precisará se manter atento aos eventos domésticos. Contudo, boas oportunidades de ganhos podem surgir.
Por  Edgar de Sá
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O mês de outubro deve, novamente, ser marcado por eventos domésticos que ditarão o rumo do Índice Bovespa. O cenário permanecerá desafiador para o investidor, uma vez que os eventos macro seguirão no foco do mercado. Aumento de impostos, menor geração de crédito, maior endividamento de empresas por conta da desvalorização do Real, aumento do desemprego, incertezas legislativas, e queda nos índices de confiança, certamente afetarão a percepção do investidor sobre os rumos que a economia brasileira deve tomar e, consequentemente, refletirão nas ações e no Ibovespa.

Apesar da reforma ministerial que, além de trocar ministros de posição e substituir outros, também levou a extinção de ministérios e representa um corte de aproximadamente 200 milhões de reais no orçamento da União, as ações do governo para reduzir o déficit fiscal ainda parecem insuficientes para recolocar o país na rota do crescimento econômico. A reforma ministerial soa como política, numa clara tentativa de “acalmar” setores do Congresso e buscar apoio para que o ajuste fiscal, principalmente a volta da CPMF, seja votado e aprovado em sua totalidade. O veto ao projeto enviado ao Congresso poderia alimentar preocupações, aumentaria a dívida rapidamente ao longo dos próximos anos e desencadearia em novos rebaixamentos da nota de crédito do país pelas outras agências de rating. Com a reforma ministerial o governo pretende além de aprovar o projeto enviado ao Congresso, também criar um ambiente mais favorável para, em caso de desaprovação das contas pelo TCU, as chamadas “pedaladas fiscais”, evitar a abertura do processo de impeachment presidencial.

No que diz respeito à economia mundial, à medida que se aproxima o fim do ano, cresce a expectativa de que o Federal Reserve inicie o processo de normalização (elevação) dos juros. Dados do mercado de trabalho e da inflação nos EUA deverão nortear as decisões do FED a este respeito, no entanto, a elevação tende a ter início somente no mês de novembro.

Acredito que a melhora das exportações e redução das importações, além do corte nos gastos públicos, poderá ajudar o investidor a melhorar sua percepção de risco x retorno e, assim, voltar a apostar no mercado acionário brasileiro. O mês de outubro é historicamente um mês positivo para o mercado acionário, isso também pode contribuir para o ânimo do investidor. O Ibovespa certamente terá mais um mês bastante volátil, por conta disso, a seleção dos ativos continua a ser uma tarefa difícil, devendo ser ainda minuciosa e específica. O Índice já recuou mais de 10% no ano até agora, em termos de R$, e mais do que 40% em termos de US$, e toda esta desvalorização abre boas oportunidades para investidores que queiram montar estratégias de médio e longo prazo, além de oportunidades que surgem no curtíssimo prazo em decorrência de notícias que surgem pontualmente.

Diante do cenário aguardado para o mês de outubro e na crença de que as exportações devam seguir se beneficiando do atual cenário cambial, empresas exportadoras, empresas que divulgarão bons resultados referente o terceiro trimestre e empresas voltadas para o consumo interno, devem atrair o foco do investidor ao longo deste mês. 

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