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Por que a reforma da Previdência ajudaria a melhorar o emprego e a renda?

Um ponto pouco explorado para a aprovação da reforma da previdência é de que ela traria uma melhora na renda e no emprego, a curto prazo, para milhares de brasileiros. Com a reforma da previdência, as expectativas melhorariam, levando milhares de empresários a voltarem a investir, gerando crescimento econômico e queda no desemprego. 
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

No debate público, é comum ouvirmos argumentos a favor da reforma da previdência pela necessidade de se evitar um colapso fiscal. Certamente, sem a reforma, caminharíamos para um calote da dívida pública, no qual haveria falência de bancos e milhares de brasileiros perderiam as suas aplicações financeiras da noite para o dia.

Outro argumento bastante utilizado em prol da reforma é de que ela também tornaria o sistema previdenciário mais justo, uma vez que o teto do benefício seria o mesmo para trabalhadores do setor privado, funcionários públicos e políticos.

Além da necessidade fiscal e de equidade social, há também uma defesa da reforma da previdência para que se sobre mais dinheiro para investimentos em outras áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Por fim, há aqueles que defendem a reforma, para tornar o sistema previdenciário sustentável para as próximas gerações.

Sem dúvida, todos esses argumentos são verdadeiros e fundamentais. No entanto, um ponto pouco explorado para a aprovação da reforma da previdência é de que ela traria uma melhora na renda e no emprego, a curto prazo, para milhares de brasileiros. Com a reforma da previdência, as expectativas melhorariam, levando milhares de empresários a voltarem a investir, gerando crescimento econômico e queda no desemprego.  

A razão para essa relação é simples. Ora, da mesma forma que a recessão econômica foi desencadeada pela deterioração fiscal (o gráfico abaixo nos dá um bom indício), qualquer remédio que ataque de frente o rombo das contas públicas tirará a o país da recessão. E nesse caso, a principal medicação é a reforma do sistema previdenciário, que atenuaria significativamente o problema fiscal ao proporcionar uma economia de 1 trilhão de reais para os próximos 10 anos.

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Por enquanto, sem a reforma da previdência, a classe empresarial não se sente confortável em comprometer seu capital com investimentos diante do risco real de uma brutal crise financeira e econômica em 4 anos. Que empresário vai querer investir, sabendo que a curto prazo poderá perder muito dinheiro, diante das consequências de um colapso fiscal? Um colapso fiscal desorganizaria toda a economia, gerando forte desemprego e inflação, que diminuiria a renda e consequentemente o consumo, os investimentos, o crédito e os lucros.

Por outro lado, essa mesma classe empresarial não vê a hora de voltar a investir e ter bons lucros, uma vez que a recessão econômica pune o consumo e o investimento há anos. De 2013 a 2018, a média de variação do PIB foi de -0,5% ao ano. Se, na média, o país gerou menos produção de bens e serviços, significa que também houve menor remuneração dos fatores de produção (salários, lucro, aluguéis, etc.), ou seja, menos renda.

Essa queda da renda significa também que a demanda está reprimida há 5 anos. Frente a esse cenário, pergunta-se: na hora em que a reforma da previdência melhorar a confiança para o ambiente de negócios, como será que voltará o consumo e o investimento, diante de uma demanda reprimida há anos? É difícil estimar com precisão o impacto da reforma da previdência no aumento do PIB; mas, pela lógica, fatalmente gerará crescimento econômico a curto prazo, trazendo uma sensação de melhora de vida para milhares de brasileiros.  E é por isso que você também deve apoiar a reforma da previdência!

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Alan Ghani é economista, PhD em Finanças e professor de pós graduação

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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