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Bolsonaro se fortalece no Jornal Nacional

No modelo de entrevista do Jornal Nacional, é quase impossível um candidato sair ileso; todos perdem. E Bolsonaro perdeu pouco.  Apesar de um e outro escorregão ali, o saldo foi positivo. Mais do que isso, Bolsonaro se fortaleceu e provavelmente carimbou seu passaporte para o 2 turno.
Por  Alan Ghani
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Tente analisar a entrevista de Bolsonaro pela visão do cidadão médio, e não pelo seu filtro de realidade. Com empatia, coloque-se no lugar de um cidadão comum assistindo à entrevista e talvez concordará que o desempenho de Bolsonaro foi bom do ponto vista eleitoral (ganhar ou não perder votos).  

No modelo de entrevista do Jornal Nacional, é quase impossível um candidato sair ileso; todos perdem. E Bolsonaro perdeu pouco.  Apesar de um e outro escorregão ali, o saldo foi positivo. Mais do que isso, Bolsonaro se fortaleceu.

A escolha de temas “lacradores” pela linha editorial do Jornal Nacional (homossexualismo,ditadura, bandido vítima) favoreceu o desempenho de Bolsonaro. É justamente nesses temas que Bolsonaro “nada de braçada” e ganha eleitores. Vejamos.

Economia (dependência de Paulo Guedes)

O apresentador William Bonner questionou se não seria perigoso Bolsonaro delegar tudo na área econômica para Paulo Guedes. Bolsonaro não deu uma resposta técnica, mas aproveitou para falar bem das relações de confiança e até, indiretamente, do casamento. Com isso ele reforçou para o seu eleitor a importância  que ele dá para a confiança e lealdade – valores dos quais o eleitor gosta. Aproveitou ainda para alfinetar Bonner sobre o divórcio. Talvez a provocação serviu para mexer com o emocional de Bonner, deixando também os entrevistadores tensos a partir dali. Bolsonaro foi bem na resposta.

Direitos trabalhistas

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Infelizmente, o Brasil não está preparado para discutir racionalmente livre mercado. A mente do brasileiro é anticapitalista. Bolsonaro tem se vendido como um candidato liberal na economia, mas tem demonstrado certo despreparo em algumas respostas. Não foi bem. Por exemplo, poderia dizer enfaticamente que a flexibilização de alguns direitos aumentaria o emprego para a população.

Diferença salarial entre homem e mulher

Infelizmente essa questão é colocada como se a diferença salarial entre homens e mulheres fosse explicada somente pelo machismo, e não por diversos fatores de mercado (para entender leia “Fatos e Falácias da Economia”, de Thomas Sowell). A pergunta é complicada – e intelectualmente lamentável – porque atribui ao governo uma responsabilidade que não é dele. O desafio é conseguir explicar essa questão facilmente, em pouco tempo, sem o risco de cair na armadilha de ser visto como um “apologista de desigualdades salariais”.

Na falta de argumentos mais elaborados sobre o tema, Bolsonaro partiu para o ataque e insinuou que a apresentadora Renata Vasconcellos ganhava menos do que Bonner. No entanto, a apresentadora reagiu enfaticamente, dizendo que pagava o salário de Bolsonaro. O candidato reagiu dizendo que ele também pagava o salário dela porque a Globo ganhava verbas estatais. Nesse caso, pouco importam os argumentos. Política é emoção, e não razão. Apesar da provocação à rede Globo, acredito que a imagem da Renata Vasconcellos respondendo duramente para Bolsonaro prevaleceu, e ele saiu perdendo nesse embate.

Homossexualismo

Quando questionado sobre suas frases em relação aos homossexuais, Bolsonaro ganhou de lavada. Não só conseguiu falar contra o “Kit Gay” nas escolas como arrancou da Renata Vasconcellos a frase: “não mostre isso, Bolsonaro, tem criança assistindo”. Não foi apenas uma frase, mas uma confissão da apresentadora para validar, em horário nobre, toda a tese de Bolsonaro: a existência de apologia homossexual nas escolas. 

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Segurança Pública

Mais um 7 x 1 do candidato. Bolsonaro disse que “policial que matar bandido tem que ser condecorado”. A resposta pode ter escandalizado meia dúzia de progressistas da Vila Madalena, mas certamente agradou 99% da população brasileira.

Ditadura

Novamente, caíram no erro de falar de ditadura com Bolsonaro. Bonner, visivelmente tenso, chegou a trocar os anos. E Bolsonaro voltou a repetir que o Dr. Roberto Marinho apoiou o golpe militar.

Enquanto o Jornal Nacional resolveu “lacrar”, Bolsonaro resolveu lucrar, provavelmente carimbando seu passaporte para o segundo turno.

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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