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Peugeot comprando a Fiat: o que há de factível nisso?

O burburinho do mês foi sobre a movimentação do grupo PSA. Especulou-se que o grupo compraria a FCA; depois a Land Rover/Jaguar. O que existe de verdade e de mentira nesta história? A verdade passa pela eletrificação dos carros!
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras. Primeiro de abril tá aí: o famoso dia do político – oops, dia da mentira!

E, ultimamente, quem acompanha o setor – e “vendo” as últimas notícias – parece que todo mundo está errando a data da publicação nas matérias.

O que escutamos?

Dentre o vai e vem do mercado, o que chegou aqui em terras tupiniquins, era que o grupo PSA estava pensando em comprar o grupo FCA ou a Land Rover/Jaguar.

 O estagiário aqui primeiramente ficou assim:

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Depois ele, com seu ímpeto juvenil, chegou à conclusão de que é o “rato tentando assustar o elefante”. Afinal de contas, como um grupo como o PSA (2,5% do mercado brasileiro) iria comprar o FCA (19% do mercado brasileiro)?

Foi nesse momento que decidimos tirar mais um antolho do estagiário.

(Não sabe o que é antolho? Veja aqui!)

E, afinal de contas, os ditos populares são os mais extremamente sábios pois, “onde há fumaça, há fogo”!

O que está pegando para a Fiat ou com a Land Rover/Jaguar e outras?

O principal mercado para elas ainda continua sendo o europeu. E o que as pessoas das “zoropa” decidiram? Que os seus carros precisam ser mais ecológicos! A eficiência energética (e emissão de gases) vai ter que melhorar muito.

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Mas, quando falamos “melhorar muito”, é tipo: “MELHORAR MUITO, MUITO MESMO!!”

Qual é a regra, Arnaldo?

A média de emissões de CO2 dos novos automóveis devem ser 15% inferiores em 2025 e 35% em 2030, em comparação com os limites de emissões válidos em 2021.

O pessoal fala que, se compararmos com o ano de 1990, esse percentual de redução seria de quase 45%.

E, quando falamos em carros elétricos; eletrificados; híbridos e afins, o principal centro de desenvolvimento para isso está lá. E como é a visão dos grupos PSA e FCA na questão dos carros mais eficientes?

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No caso da PSA – provavelmente – em 2020 ela já deverá comercializar o seu 208 e 2008 elétricos no mercado europeu (vale o mesmo para a Citroen; Opel). Tanto que, no último salão de Genebra, tinha carro elétrico da Peugeot; Kia; Honda; Volkswagen; Audi; Aston Martin e por aí vai…

Para você ter uma ideia, se você estiver lá nas “zoropa”, em alguns países (Portugal, por ex.) já é possível pegar um Uber elétrico, como o Nissan Leaf.

E o carro elétrico da Fiat? Primeiro, eles estão “meio atrasados” neste aspecto. Lógico que eles possuem carros elétricos. Mas os carros elétricos da Fiat são tão bons, mas “REALMENTE” tão bons, que o falecido presidente do grupo (Sergio Marchione) chegou a pedir para os clientes não comparem o carro deles.

Em 2016, a média das emissões de CO² ficou por volta de 118,1 g/Km. E o objetivo é 95 g/km, para o ano que vem. E, se a Fiat (como qualquer outra montadora) não conseguir chegar no grau de eficiência energética imposta pelo Conselho da Comunidade Europeia?

Tem multa!

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Multa de 95 Euros para cada grama a mais de emissão acima do limite. Multiplicando “A” por “B”, a fatura poderá chegar a algumas centenas de milhões de Euros.

Numa indústria com margens operacionais estreitas e necessidade de altos investimentos, isso implicaria no fim de algumas marcas.

Lógico que elas podem operar em mercados periféricos, onde as exigências são mais brandas (como o nosso, por exemplo). Mas isso é apenas um paliativo. E, “parafraseando” Keynes: no longo prazo, VOCÊ estará morto!

Em resumo, no caso da Fiat, o sinal de fumaça já existe há muito tempo. O grupo PSA vai comprar o FCA? Duvido… eles ainda estão pagando a compra da OPEL e da Vauxhall. Que alguma outra marca da Ásia possa arrematar o grupo? Factível!

A dica fica para o pessoal da Fiat – e não fazer como a Ford Caminhões aqui no Brasil que, quando teve a oportunidade de vender não vendeu. E, com a mudança dos motores que teriam que fazer, optaram por encerrar as operações e não amargar mais prejuízos. Os ativos dos mercados periféricos (Ex. Brasil) ainda continuam sendo um grande chamariz. O único ponto para eles é que os ponteiros do relógio estão passando mais rápido!

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Se o cenário tá ruim para a Fiat, para (a ex-inglesa e agora indiana) Land Rover é sombrio…

Sonha em comprar um carro? Não financie: invista! Abra uma conta na XP – é de graça. 

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui!

Ou me segue no Facebook aqui.

=)

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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