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Índice de confiança é um bom driver para Bolsa? Se você acha que sim, comece a comprar Bovespa

A confiança, medida pelos institutos, estavam até mês passado nos seus menores níveis. Se voltarmos para níveis normais, será que a bolsa ficará nesses mesmos patamares? E qual a probabilidade que o leitor atribuiria a uma melhora da confiança nesses níveis?
Por  João Luiz Braga
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Quando falamos de confiança, quase sempre associamos esse sentimento à tomada de grandes decisões. Porém, você entraria em um elevador se não estivesse confiança de que ele está parado naquele andar? Você faria a curva em uma esquina com seu carro se não tivesse confiança de que assim irá ao seu caminho com segurança? Você tomaria um copo de água sem ter confiança de que aquela água é potável?

Apesar de constantemente associarmos confiança a um feeling, em um estudo publicado na revista Neuron em maio agora, Sanders, Hangya e Kepecs¹ mudam a forma de que o sentimento de confiança deve ser analisada. No estudo, os autores dizem que o cérebro humano toma decisões de uma forma bem mais parecida com um computador do que pensávamos, já que, a fim de alcançarmos a tal sensação de confiança – fundamental para tomada de decisões, mesmo as mais cotidianas – nosso cérebro constantemente processa dados com as evidências disponíveis, realizando avaliações estatísticas objetivas em busca da escolha mais acertada.

Essa teoria contradiz estudos anteriores que associam confiança a fatores psicológicos como introspecção ou consciência e que o cérebro usa atalhos para tomar decisões² , vindo de aproximações  ou regras de bolso, assim, sendo uma busca heurística e, portanto, mais susceptível a falhas³.

Kepecs sugere que se fossemos assim, ficaríamos paralisados diante de qualquer dúvida.

No campo prático, é fácil entender a importância da confiança nas nossas vidas. Assim como precisamos de confiança para as tomadas de decisão do nosso cotidiano, precisamos de confiança para realizar um investimento que acreditamos para nossos clientes. Lojistas precisam de confiança para abrir uma nova loja. Um empregado precisa de ter confiança que não será demitido para que ele realize algum sonho de consumo. Sem confiança, como Kepecs sugere, os empregados, os lojistas e os gestores ficariam paralisados.

É o que acontece com a economia quando a confiança agregada está baixa. Por isso tal indicador é tão importante e é tema dessa carta. Mas e se a confiança melhora? O que acontece com a economia? E com os preços dos ativos? Nada melhor que o passado para nos contar o que provavelmente aconteceria. Ainda melhor, por que não olhar para vários países?

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Foi o que fizemos e gostaríamos de apresentar. Basicamente, comparamos os indicadores de confiança dos consumidores em vários países com a performance dos índices locais das bolsas nos respectivos países. E os gráficos parecem nos dizer algo.

Antes, alguns pontos importantes: 1) Não fizemos nenhum estudo estatístico. Estamos apenas comparando tendências. Inclusive, se algum leitor quiser aprofundar a análise, ficaremos felizes em ceder os dados, já que são públicos; 2) Deve-se evitar comparar a magnitude das variações, dado que as escalas são diferentes e totalmente livres. Nossa recomendação: Focar somente em comparar as direções. Não queremos concluir que para cada x% de melhora na expectativa, os índices sobem y%. Seria completamente inútil esse dado.

ESTADOS UNIDOS

MÉXICO

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ITÁLIA

REINO UNIDO

FRANÇA

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ALEMANHA

ESPANHA

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A conclusão é livre, mas a nossa opinião é que na maioria das vezes em que a confiança dos consumidores melhorou, as bolsas subiram. Não é algo matemático ou exato, mas o visual nos parece indicar um padrão.

E como estamos no Brasil? Segundo a FGV, nossa confiança despencou ao longo do ano passado, chegando a um fundo do poço. Esse mês já notamos alguma recuperação, apesar de talvez ser ainda cedo para comemorar ou para imaginarmos uma tendência.

BRASIL

Mas uma coisa é certa: Se voltarmos para níveis normais de confiança, será que a bolsa ficará nesses mesmos patamares? E qual a probabilidade que o leitor atribuiria a uma piora da confiança nesses níveis? E qual a probabilidade de uma melhora?

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Somado aos outros fatores já citados em cartas anteriores que nos fizeram ficar otimistas desde fevereiro, e como Kepecs sugeriria, não estamos paralisados. Estamos na ponta otimista. Nossos fundos direcionais estão 100% alocados.

Mais detalhes sobre nossa visão de cenário e performance dos nossos fundos na nossa carta mensal, clicando aqui.

Até a próxima!

Notas:

¹ http://www.cell.com/neuron/fulltext/S0896-6273(16)30016-2

² Charles et al., 2013, Flavell, 1979, Kunimoto et al., 2001, Lau and Rosenthal, 2011, Metcalfe and Shimamura, 1994

³ Gigerenzer and Goldstein, 1996, Koriat, 2012, Tversky and Kahneman, 1974

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