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Blog “Fora do Radar” estreia com uma small cap que já subiu 76% no ano, mas ainda é compra na Bolsa

Empresa que iniciou suas atividades em 1930 com uma oficina de reparo de automóveis em Santa Bárbara d’Oeste SP, e hoje, é uma empresa internacional, cujos produtos e serviços são consumidos no Brasil e exportados para todos os continentes.
Por  João Paulo Reis
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Vamos começar esse Blog analisando uma empresa tradicional, listada na bolsa desde 1972, e chamada a ”Indústria das Indústrias”. 

Porém, em função da orientação econômica dos últimos anos, especialmente voltada para a concessão de crédito ao consumo, em detrimento do investimento, essa empresa vem enfrentando enormes dificuldades e desafios em seu negócio. Estamos falando das Indústrias Romi.

Antes, de começarmos, vamos compartilhar algumas ideias.

O objetivo deste Blog é transmitir aos leitores mais do que análises financeiras de empresas comumente apresentadas em relatórios de sell side(analistas de bancos e corretoras). Nossa ideia é: trazer para discussões, percepções de quem busca identificar o real valor de um negócio.

Isso pode ser feito da seguinte forma:

1) Análise da qualidade dos ativos efetivamente empregados no negócio;

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2) Capacidade da equipe técnica e gerencial de extrair valor desses ativos; e por último e mais importante;

3) Um diferencial, que reúna as duas qualidades anteriores. 

Um diferencial? Resumindo: Um negócio para ter um diferencial deve reunir uma ou mais dessas qualidades a seguir:

1) Fazer algo que ninguém faz;

2) Fazer algo melhor que os outros;

3) Fazer algo mais barato que os outros.

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Feita essa rápida introdução, vamos voltar para a Romi.

Rapidamente, a Romi possui 11 unidades fabris (9 no Brasil e 2 na Alemanha), que ocupam mais de 170 mil m², com capacidade instalada de produção de 3.450 máquinas/ano e a Fundição de 50.000 toneladas/ano. Mais detalhes acessar o site da empresa: http://www.romi.com/empresa/institucional/

É por isso que é chamada a Indústria das Indústrias, ou de bens de capital, diretamente ligada aos investimentos de uma economia. Possui um corpo técnico altamente capacitado reconhecido pelo grande número de patentes e invenções. Além disso, a empresa investe em média cerca de 4% ao ano da sua receita em pesquisa e desenvolvimento.

Bom, já comentamos sobre a qualidade e capacidade dos ativos, do corpo técnico e gerencial, e agora:

Qual o grande diferencial da ROMI?
A indústria de bens de capital, ou de base, é uma indústria estratégica para qualquer país. É dela que se desenvolvem as peças para todo tipo de máquinas, principalmente para a indústria da 
Defesa.

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A importância desse tipo de empresa é evidente ao requerer um alto nível de desenvolvimento tecnológico, possuindo inventivos governamentais e parcerias com as mais renomadas Universidades. Seu negócio está intimamente ligado aos investimentos de um país, podendo-se inclusive estabelecer uma relação de crescimento com o PIB (Produto Interno Bruto) da ordem de 3 para 1, ou seja, PIB crescendo 1% a receita da Romi cresce 3 X mais.

Além disso, para combater concorrentes estrangeiros, além da venda de máquinas e peças, a Romi presta serviços de intermediação do financiamento junto ao BNDES, além da assistência técnica em todo território nacional, restringindo, assim, as vendas oportunísticas.

Não podemos nos esquecer da capacidade da empresa de desenvolver maquinas e peças em conjunto com seus principais clientes, o que lhe garante alta fidelidade. Ou seja, ela faz o que ninguém faz no Brasil e faz melhor.

Oportunidades:
1) Hoje a Romi está produzindo abaixo de sua capacidade instalada (64%), o que indica baixo 
Capex (previsão de novos investimentos) possibilitando o aumento da receita tanto em reais quanto em dólares, com a retomada da confiança e dos investimentos no Brasil.

2) Baixo nível de endividamento com índices de liquidez corrente (Ativo circulante/Passivo Circulante) acima de 2,5 X, o que demonstra a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, além da comprovada resiliência de quem já passou por toda sorte de crise, retornando mais forte a cada novo ciclo de crescimento.

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3) Fim do programa de recompra da companhia (abril de 2016) que adquiriu um lote de 2.800.000 de ações (4,07% das ações em circulação), ao valor médio por ação de R$ 1,85 (em 01/09/2016 a ação fechou em R$3,06) – totalizando R$ 5.182.979,19 para posteriorcancelamento das mesmas.

Tal fato mostra a seriedade e o compromisso da administração na busca de valor aliado ao respeito aos acionistas, excelente indicativo de uma empresa listada no Novo Mercado (nível mais elevado de Governança Corporativa).

Lembrando sempre: “Se o dono da empresa que conhece o negócio melhor do que ninguém está comprando, penso (feitas todas as análises), que você deveria comprar também”. Até a próxima!!!

João Paulo Reis É gestor do Venture Value FIA, sócio da Biguá Capital desde o seu surgimento em 2006, acumulando experiência na seleção e análise das empresas listadas na Bolsa

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