Ação do Banco do Brasil cai forte ante rumor de comprar parte do Santander BR

Analistas dizem que é cedo para avaliar, mas elevado valor da aquisição poderia afetar indicadores do banco estatal

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Diante de rumores de que o Banco do Brasil (BBAS3) comprará até 49% de participação no Santander Brasil (SANB11), as ações do banco estatal têm forte queda de 4,20% nesta quarta-feira (23), aos R$ 20,51, enquanto o Ibovespa recuou 0,76%, aos 54.619 pontos. Já os units do Santander Brasil tiveram alta de 0,67%, aos R$ 16,61.

Na mínima do dia, o papel do Banco do Brasil chegou a cair 7,89%, aos R$ 19,72. Vale mencionar que as ações dos outros bancos tiveram um desempenho bem mais ameno, como é o caso do Bradesco (BBDC4, -1,14%, R$ 28,62) e Itaú Unibanco (ITUB4, -0,14%, R$ 28,52). Vale mencionar que os papéis BBAS3 movimentaram R$ 279,8 milhões, bem acima da sua média diária vista nos últimos 21 pregões – algo em torno de R$ 155 milhões.

Especulações
Mais cedo, a colunista do Estadão, Sonia Racy, afirmou que circula em Brasília o rumor de que o banco estatal teria interesse em menos de 49% do Santander, desde que o negócio também envolva o Votorantim. Após contato da InfoMoney com as instituições, o Santander disse que não comenta especulações de mercado. Já a assessoria do BB negou totalmente as informações, dizendo que desconhece as notícias referentes ao assunto.

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“Apesar de ainda no campo especulativo, a mesma pode ser potencialmente positiva para o Santander, enquanto negativa para o BB”, escreve a equipe de análise da XP Investimentos, em relatório. 

Segundo os analistas, essa trajetória positiva para o Santander e negativa para o Banco do Brasil ocorreria por conta do prêmio que o primeiro deveria receber por ceder parte relevante de seu capital, enquanto o segundo ainda enfrenta problemas de inadimplência por conta dos mal pagadores na carteira de crédito do Votorantim.

“Essa aquisição teria um impacto significativo no Banco do Brasil. Um dos motivos seria o desembolso razoável, o que afetaria o índice de Basileia do banco”, completa Leonardo Zanfelicio, analista da Concórdia Corretora, ao ressaltar que tal índice para o banco estatal é, atualmente, baixo em relação ao de seus concorrentes. Por fim, o analista da Concórdia ainda diz que é cedo para avaliar os impactos desta possível fusão, mas avisa que a instituição teria que captar recursos no mercado.

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Se estiver com o papel, não venda
Por sua vez, Zanfelicio lembra aos investidores que a notícia ainda está meramente no campo especulativo. “Para quem está fora do papel, o melhor é ficar de fora. Mas, para quem está dentro, o ideal é aguardar para ver se realmente é verídico, porque se não for a ação tende a recuperar”, alerta.