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A valorização do Ibovespa em agosto animou gestores e investidores, mas a XP Asset alerta que o momento pede prudência. Em sua live mensal de setembro, a gestora destacou que, embora os fundos de renda variável tenham superado o índice no mês, com ganhos entre 8% e 9%, há sinais de enfraquecimento tanto no ambiente corporativo quanto nos indicadores macroeconômicos.
Segundo Milton Sullyvan, gestor de renda variável da XP Asset, a bolsa brasileira recuperou parte do atraso em relação a outros mercados emergentes. “O Ibovespa subiu 6% e nossos fundos Long-On e Long-Buy avançaram entre 8% e 9%, puxados por novidades em posições relevantes do portfólio”, afirmou.
Ele lembrou que, no mês anterior, o desempenho da bolsa brasileira tinha ficado atrás dos pares por causa do chamado “tarifaço”, que afastou investidores estrangeiros.
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“Vimos uma reversão parcial desse movimento, mas, como o momento atual não é caracterizado pela sanidade dos governantes, preferimos refletir de forma parcial essa visão mais construtiva no portfólio”, explicou.
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Empresas mostram sinais de fraqueza
Sullyvan destacou que a recuperação recente foi beneficiada por um câmbio mais comportado e sinais de inflação em queda, fatores que suavizaram a curva de juros. No entanto, alertou para mudanças recentes no humor das companhias.
“Nos últimos dois meses, começamos a receber feedbacks mais negativos de empresas listadas e não listadas, além de pequenos sinais de desaceleração macroeconômica, o que levou a revisões levemente negativas do PIB”, disse.
Esse cenário levou a XP Asset a adotar uma postura mais cautelosa, realizando lucros em posições que se valorizaram e ampliando proteções em alguns fundos.
“Com a bolsa em patamares mais altos e sinais de fraqueza surgindo, achamos prudente reduzir exposição em alguns casos.”
Entre os destaques positivos da carteira, Sullyvan citou a Eletrobras (ELET3), que melhorou a comunicação sobre alocação de capital e ganhou confiança do mercado, além da Eneva (ENEV3), beneficiada por novas diretrizes para o leilão de térmicas. “Também aumentamos a posição nessas companhias”, contou.
Já no setor de saúde, a XP optou por reduzir posição em Hapvida (HAPV3) após um segundo trimestre positivo. “O mercado ficou mais otimista com as últimas notícias, mas preferimos botar um pouco no bolso e esperar maior clareza sobre a continuidade dos resultados”, justificou.
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Ajustes em bancos, energia e educação
Do lado negativo, o gestor citou a Hypera (HYPE3), que revisou para baixo o guidance de receitas, e a Ânima (ANIM3), afetada por uma nota mais baixa em cursos de medicina.
“No caso de Ânima, a avaliação ainda depende de ajustes metodológicos nas provas. A queda das ações, inclusive, aumentou nossa confiança na tese, e por isso mantivemos a posição”, explicou.
A XP também aumentou posição em Itaú (ITUB4) após resultados consistentes e indicadores positivos do Banco Central. “Vimos uma convergência favorável de fatores: consistência nos lucros, dados do BC apontando para cima e uma ação com bom carrego. Isso justificou o aumento”, disse Sullyvan.
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Já em Sabesp (SBSP3), Vibra (VBBR3) e Marcopolo (POMO4), a opção foi reduzir posições após fortes valorizações. “O momento segue positivo, mas preferimos realizar lucros em papéis que já entregaram bastante neste ano”, afirmou.
