Gestora dá preferência a transações originadas na ponta, fora da Faria Lima

Sócios da Valora destacam modelo de gestão inspirado no Banco Garantia

Osni Alves

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No episódio mais recente do programa Outliers, do InfoMoney, os sócios Daniel Pegorini e Alessandro Vedrossi, da Valora Investimentos, abriram os bastidores da casa para explicar como sua estrutura organizacional, a cultura de autonomia e o modelo de partnership são os pilares que sustentam a tomada de decisão e o desenvolvimento dos profissionais.

Um dos princípios centrais da gestora é que a responsabilidade pelo enquadramento das operações não recai sobre áreas como compliance ou risco, mas sobre o próprio time de gestão. “Na Valora, quem cuida disso não é o time de compliance ou risco. É o time de gestão. Esses caras precisam conhecer absolutamente tudo do negócio”, afirmou o CEO ao resgatar uma lógica herdada dos tempos do Banco Garantia, marcada pela valorização de unidades autônomas e altamente especializadas.

Cada vertical da Valora – crédito estruturado, imobiliário, infraestrutura, agro e líquidos – opera com autonomia, mas dentro de uma engrenagem bem coordenada. “Temos um comitê central onde organizamos o todo. Evitamos, por exemplo, que dois fundos saiam ao mercado com emissões simultâneas”, explicou. Toda segunda-feira, os sócios se encontram em um almoço fixo e, às quintas, participam de uma reunião para alinhamento estratégico.

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Comitê de investimentos

Cada área também possui seu próprio comitê de investimentos, sempre com a presença do CEO e do diretor de Risk & Compliance, ambos integrantes do partnership. Além disso, os profissionais da Valora são encorajados a circular entre áreas, promovendo sinergia e reforçando uma cultura de especialização. “O estruturador do agro hoje veio do imobiliário. O de infraestrutura também veio do imobiliário. A gente exporta talentos internamente, o que cria uma visão unificada da gestora”, acrescentou.

Além disso, a gestora dá preferência a transações originadas na ponta, fora dos grandes centros financeiros como a Faria Lima, com foco em conhecer o devedor de perto e desenhar a operação conforme seu próprio entendimento. “Se eu consigo originar, conheço o devedor, estruturo a operação do meu jeito e fica muito mais fácil monitorar depois”, afirmou o CEO.