A revolução trazida pela inteligência artificial está transformando profundamente a forma como as empresas operam, e o setor de Recursos Humanos ocupa papel central nesse processo.
Para a Sankhya, uma das principais provedoras de sistemas de gestão empresarial (ERP) do país, o avanço da IA marca o início de uma nova era — uma em que tecnologia e empatia caminham lado a lado, redefinindo tanto a gestão de pessoas quanto a gestão dos negócios.
Flávia Gama, head de produto do Sankhya RH, explica que a função do RH passa a ser muito mais estratégica à medida que a automação assume tarefas operacionais.
“O RH existe para cuidar das pessoas, e esse papel será ainda mais genuíno. A parte técnica tende a se nivelar com a inteligência artificial; o comportamento é o que vai diferenciar as pessoas”, afirma. Para ela, o dado é essencial, mas não basta.
“O dado cru não diz tudo. É preciso entender as causas por trás dos números, porque é o olhar humano que interpreta, acolhe e transforma.”
Norteador da cultura organizacional
Segundo Flávia, o uso inteligente dos dados permite que o RH seja, de fato, um norteador da cultura organizacional. “O dado mostra onde há sobrecarga, onde há pessoas subaproveitadas, mas é o olhar empático que faz a diferença. A tecnologia deve libertar o tempo do profissional de RH para que ele foque no desenvolvimento humano, não no operacional.”
Ela cita como exemplo uma empresa cliente da Sankhya que reduziu em 40% o tempo gasto com folha de pagamento após automatizar processos, redirecionando os profissionais para funções estratégicas. “Ganharam tempo para pensar no todo, planejar melhor e agir de forma mais humana”, diz.
Essa combinação de tecnologia e sensibilidade humana, segundo a executiva, será a base do futuro da liderança. “O líder do futuro é o líder empático, que conhece genuinamente seus liderados, entende seus sonhos e reconhece que vida pessoal e profissional estão conectadas. Liderar é, antes de tudo, conhecer o outro”, destaca.
IA refinando os sistemas de gestão
Na outra ponta da transformação tecnológica da Sankhya, o fundador e CEO Felipe Calixto acredita que a inteligência artificial também está resolvendo uma dor antiga do mercado de software: o tempo e a complexidade de implantação dos sistemas de gestão. “Eu costumo dizer era, porque na Sankhya já acabou essa dor. Agora entregamos muito mais rápido”, afirma.
A empresa desenvolveu um agente de IA capaz de revolucionar o processo de implantação de ERP. A partir de um modelo pronto de “processos essenciais” — que engloba áreas como finanças, contabilidade, comercial, fiscal e BI —, o sistema elimina a necessidade de customizações extensas e acelera a entrega.
“Antes, um projeto de ERP podia levar até dois anos para ser implantado. Agora, com três ou quatro dias, o cliente já tem o sistema funcionando. Isso é transformador”
Modelo com melhores práticas de gestão
O executivo ressalta que a Sankhya inverteu a lógica tradicional do mercado, substituindo a personalização exaustiva por um modelo que traz as melhores práticas de gestão já consolidadas.
“O cliente não precisa mais reinventar o sistema. Entregamos uma solução pronta e o conduzimos a aplicar fundamentos sólidos da administração. Antes o cliente dizia: quero fazer do meu jeito. Agora mostramos que as melhores práticas já estão ali. O especialista em gestão somos nós”, diz.
Para Calixto, essa nova fase representa mais do que eficiência operacional — trata-se de um salto de mentalidade. “A inteligência artificial não vem para substituir pessoas, mas para ampliar o potencial delas. Com a tecnologia fazendo o trabalho pesado, sobra tempo e energia para inovar, liderar e crescer. É uma visão de abundância, não de escassez.”
Ao unir automação, dados e humanização, a Sankhya acredita estar moldando o futuro da gestão empresarial e do trabalho.
Em um cenário cada vez mais tecnológico, a empresa reforça a ideia de que o protagonismo continuará sendo humano — impulsionado pela inteligência artificial, mas guiado pela empatia e pela capacidade de transformar informação em propósito.
Transformando planilhas em resultados
Neste cenário, a Ploomes nasceu da necessidade de transformar o caos das planilhas em uma gestão comercial mais eficiente.
Criada por Matheus Pagani e seus sócios, a startup surgiu após o fundador identificar, por meio da experiência do pai no setor de vendas, as limitações de acompanhar equipes e resultados de forma manual.
“Queríamos simplificar o processo de colocar uma operação de vendas dentro da tecnologia, tornando tudo mais padronizado e acessível”, explica Pagani.
A plataforma cresceu rapidamente entre indústrias e distribuidoras, segmentos em que a integração entre CRM e ERP é essencial.
“O vendedor gera propostas e pedidos para clientes cadastrados no sistema de gestão, então as duas bases precisam conversar”, diz o CEO. Essa interdependência acabou aproximando a empresa da Sankhya, referência em ERPs no país.
As conversas entre as duas companhias começaram em 2021 e culminaram, em 2022, na aquisição da Ploomes pela Sankhya. Desde então, as plataformas atuam de forma totalmente integrada, oferecendo às empresas uma experiência mais fluida de vendas e gestão.
“Com a Ploomes e a Sankhya juntas, conseguimos entregar uma solução muito mais rápida e eficiente”
Mesmo após a aquisição, a Ploomes manteve autonomia e cultura empreendedora.
“Continuamos como uma unidade independente, com nossos sócios ainda no negócio. A tese da Sankhya é dar liberdade para que cada empresa siga crescendo, mas com sinergia estratégica”, destaca.
Segundo Pagani, essa união representa o equilíbrio entre a agilidade de uma startup e a força de um grande grupo — com o objetivo comum de transformar dados em decisões e planilhas em resultados.