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O ano de 2026 promete ser um período marcado por oportunidades estratégicas para investidores atentos ao cenário político e econômico. Para Ruy Alves, sócio e gestor da Kinea, a conjuntura brasileira cria um ambiente propício para apostar em opcionalidades na bolsa e na moeda, com instrumentos que permitam equilibrar risco e retorno.
“Com o EWZ, você consegue ter exposição ao Brasil a um custo razoável, e se o país performar bem, tanto a moeda quanto a equity se valorizam”, disse, defendendo o uso de ETFs que incluem empresas não listadas no Brasil e reduzem o custo de carrego.
Vale lembrar que o EWZ, um dos ETFs mais negociados por investidores globais, funciona como uma porta de entrada para o mercado brasileiro ao reunir em um único ativo as principais equities do país, termo usado no mercado para se referir às ações de empresas listadas.
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Como todo ETF, o fundo replica a performance de um índice, permitindo que o investidor tenha exposição ampla à bolsa brasileira sem precisar comprar papel por papel, o que reduz custos, facilita rebalanceamentos e torna a estratégia mais eficiente em cenários de volatilidade.
O gestor reforça que, em mercados emergentes, a análise da equity não pode ser dissociada do câmbio. “Nunca investi em ações de emergentes sem investir na moeda local. O efeito da moeda é inevitável e precisa ser incorporado na análise”, explicou. Segundo Alves, essa abordagem permite que investidores capturem oportunidades sem ficarem vulneráveis a flutuações cambiais inesperadas.
Além disso, o cenário doméstico deve favorecer cortes de juros, criando um diferencial relevante frente a políticas monetárias mais baixas nos Estados Unidos. “O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve adotar postura dovish (postura mais inclinada a cortar juros ou manter uma política monetária mais suave para estimular a economia), e o Banco Central brasileiro terá espaço para cortes com a inflação convergente. Isso abre oportunidades interessantes para investidores”, afirmou o gestor, destacando que essas condições podem impulsionar tanto a moeda quanto os ativos locais.
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Ele falou sobre o tema na edição especial do Stock Pickers dentro do Onde Investir 2026, especial online e gratuito do InfoMoney que reúne especialistas para interpretar o cenário e apontar caminhos para alocar em cada classe de ativo.
Cenário global e perspectivas de 2026
No plano internacional, Alves alerta que 2026 será um ano de intensos movimentos nos mercados. Nos Estados Unidos, a disputa eleitoral e o estímulo fiscal e monetário deverão gerar oportunidades na bolsa, mas exigem atenção ao aumento do endividamento e às tensões intergeracionais.
“O cenário será semelhante ao cerco de Tróia: desgaste, decisões críticas e necessidade de liderança estratégica”
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No Brasil, a eleição presidencial e o comportamento da classe média no Sudeste serão determinantes para o ritmo dos mercados locais. Alves destacou a importância de entender o “calcanhar de Aquiles” de cada candidato para avaliar riscos e oportunidades. “A chave está no nível de rejeição dos candidatos e na reação do eleitorado que decide a eleição”, explicou, reforçando que a análise política é essencial para decisões de investimento no país.
Diante desse cenário, a recomendação do gestor é focar em ativos que conjugam câmbio e ações, privilegiando instrumentos com carrego mais baixo e exposição equilibrada. Alves citou o EWZ como exemplo de estratégia que permite aproveitar a valorização potencial do Brasil sem comprometer a liquidez e o retorno total da carteira.
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Para 2026, a mensagem é de atenção e flexibilidade. “Quem investe precisa observar o que não vai mudar: juros devem cair, inflação converge, e certas tendências econômicas são constantes. A partir daí, é possível montar posições estratégicas e equilibradas, mesmo em um ano de incerteza política”, concluiu.