Expert XP 2025 traz Marcelo Bacci, diretor financeiro da Vale (VALE3)

Após enfrentar a maior queda anual de suas ações desde 2016 — um tombo de 23% em 2024 — a Vale (VALE3) começa a trilhar um caminho de recuperação. A valorização de pouco mais de 5% no primeiro semestre de 2025 sugere que o pior pode ter passado, com a mineradora eliminando ruídos institucionais e buscando restabelecer a confiança do mercado. À frente das finanças da empresa nesse momento crucial está Marcelo Bacci, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, que assumiu o cargo em dezembro de 2024.

Formado em Administração pela FGV e mestre pela prestigiada Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Bacci chegou à companhia após mais de uma década como CFO da Suzano. Com bagagem de gestão em companhias globais, ele agora lidera a estratégia da mineradora para recuperar competitividade, conter custos e melhorar seus indicadores operacionais — metas que, segundo ele, começaram a ser cumpridas no último balanço.

“Vários riscos que os investidores elencavam já não existem mais”, disse em entrevista ao InfoMoney em março de 2025. “Não cabe a nós dizer se o preço da ação está bom ou ruim. Mas, nesse patamar, aprovamos um programa de recompra, por considerarmos um bom investimento para a companhia”, diz Bacci, que será um dos painelistas da 15ª edição da Expert XP, que acontece neste ano, entre os dias 25 e 26 de julho, no São Paulo Expo, capital paulista.

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Reconfiguração do relacionamento institucional da empresa

Além do desempenho financeiro, Bacci também tem atuado na reconfiguração do relacionamento institucional da empresa, em meio às cicatrizes das tragédias de Mariana e Brumadinho e à pressão política por mudanças no comando. Em entrevista ao InfoMoney em março de 2025, o executivo disse que a Vale e o governo federal hoje convergem “em 90% dos temas” e compartilham a visão de que licenciamento e sustentabilidade devem caminhar com alinhamento técnico e político. “Essa recuperação de relação com o Estado vai trazer benefícios para todo mundo”, afirmou.

Apesar da retomada de diálogo com Brasília, os compromissos de reparação continuam pesando no caixa. Em relação ao acordo de R$ 170 bilhões firmado com a Samarco, BHP e o poder público por causa do rompimento da barragem em Mariana, Bacci reconhece que parte relevante dos desembolsos se mantém nos próximos anos. Ainda assim, minimiza o impacto de municípios que não aderiram ao pacto: “Para nós, não vai significar grandes variações em relação ao desembolso que a gente vai fazer.”

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Eficiência

A disciplina de custos, reforçada pela entrada em operação de minas mais eficientes, também está no foco do executivo. Mesmo diante de desafios como o excesso de chuvas no primeiro trimestre, ele garante que a empresa manterá a trajetória de redução de despesas iniciada em 2024. “A atividade da Vale se beneficia quando a operação é estável. Isso reduz custos e riscos.”

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No cenário internacional, o CFO vê estabilidade na demanda por minério de ferro, apesar do crescimento mais modesto da China e das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Outras regiões como Índia, Oriente Médio e Sudeste Asiático estão crescendo e ajudam a compensar essa eventual queda. O mundo está em equilíbrio no consumo de minério.”

Com uma gestão que alia técnica, visão estratégica e diálogo institucional, Marcelo Bacci se apresenta como peça-chave na tentativa da Vale de virar a página — tanto no mercado quanto na percepção pública.

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